Resenha: A cinco passos de você – Globo Alt, uma boa pedida para o Dia dos Namorados

“- A fibrose cística não vai roubar mais nada de mim. De agora em diante, eu sou a ladra. Ela faz uma pausa, olhando direto para a câmera. Olhando direto para mim. Fico ali, atônito, e dou um pulo quando ouço três batidas na porta. Abro e lá está ela. Ao vivo. Stella. Ela segura o taco horizontal, me desafiando:

– Cinco passos de distância. Você topa? “

 

Sinopse

Stella Grant gosta de estar no controle. Ela parece ser uma adolescente típica, mas em sua rotina há listas de tarefas e inúmeros remédios que ela deve tomar para controlar a fibrose cística, uma doença crônica que impede que seus pulmões funcionem como deveriam. Suas prioridades são manter seus pais felizes e conseguir um transplante – e uma coisa não existe sem a outra. Mas para ganhar pulmões novos, Stella precisa seguir seu tratamento à risca e eliminar qualquer chance de infecção, o que significa que ela não pode ficar a menos que dois metros de distância – ou seis passos – de outros pacientes com a doença. O primeiro item é fácil para ela, mas o segundo pode se provar mais difícil do que ela esperava. O único controle que Will Newman deseja é o de sua própria vida. Ele não dá a mínima para o novo tratamento experimental para o qual foi selecionado e não aguenta mais a pressão de sua mãe para que melhore. Prestes a completar dezoito anos, ele mal pode esperar para finalmente se livrar das máquinas e hospitais, usando o pouco de vida que ainda lhe resta para conhecer o mundo. Stella e Will são muito diferentes. Ao mesmo tempo, a doença que os une não é a única coisa que têm em comum. Eles têm que ficar a seis passos um do outro, mas, conforme a conexão entre os dois aumenta, a vontade de burlar a distância física parece insuportável. Um grande amor vale um passo roubado?

 

Minha leitura

Sabe aquele livro que te remete à sessão da tarde, sentado com um balde de pipoca, enrolado num cobertor? E, melhor, agarradinho (a) com a namorada (o)? Pois guarde essa imagem. É bem assim que nos sentimos lendo esse livro.

No começo pensei: puxa, livro sobre pessoas doentes, vai ser uma narrativa dramática, sofrida. Ler pra chorar? Tem quem goste. Mas julguei um tanto cedo demais. Ao continuar com a leitura, fui percebendo que não era bem assim. A questão da fibrose cística e do romance entre Will e Stella foi contado de uma maneira leve. Real, sim, pois pudemos saber mais sobre a rotina deles, entender mais todo o tratamento e as dificuldades e alegrias desse paciente. Entender que “tempo” para eles vale mais que ouro. Cada minuto é uma dádiva. Uma chance.

Stella volta mais uma vez ao hospital, coisa que acontece com ela desde pequena. Aos 17 anos, há dez vem para o Saint Grace. O hospital para ela já é um local familiar. Sua segunda casa. Já conhece todos por ali, tem amizade com as enfermeiras, conhece cada cantinho dele. Não se sente mal. Mas dessa vez, está bem chateada, pois vai perder sua viagem de formatura com suas melhores amigas, Camila e Mya, para Cabo San Lucas, e isto está deixando a menina muito triste. Mas, ao mesmo tempo, precisa fingir que está tudo bem, para que suas amigas não se entristeçam e aproveitem a viagem. Stella sabe que tem que ficar um mês no hospital. Uma simples gripe para ela já desencadeia inúmeros problemas com seu pulmão, que só tem 35% de sua capacidade.

Mas lá tem uma pessoa, seu grande amigo, Poe, que coincidentemente também vem fazer seu tratamento ao mesmo tempo que Stella. E isso a anima um pouco. Se conheceram há vários anos, neste mesmo hospital. A única dificuldade nessa amizade é: os pacientes de fibrose cística não podem se aproximar a menos de dois metros de distância, ou seis passos. Então, eles conversam mais por skype do que pessoalmente. Cada um de seu quarto.

Stella também tem um canal no Youtube, onde conta seu dia-a-dia da doença e dá um grande apoio aos portadores dessa enfermidade. Ela tem uma lista, que cumpre religiosamente. aliás, uma não, duas. A lista de atividades diárias e a lista mestra. A segunda é uma lista de metas para a vida. Ela é extremamente organizada, seus remédios ficam organizados num carrinho, e ela segue à risca os tratamentos. Também é programadora. Desenvolveu um aplicativo que auxilia no tratamento, lembra os horários de tomar os remédios, auxilia os doentes.

Nesse meio tempo, um novo paciente se registra no hospital. Seu nome é Will. Também tem fibrose cística porém, com um agravante: ele pegou a bactéria B. Cepácia. Essa bactéria não tem cura, e ao contraí-la, Will saiu do topo da fila do transplante de pulmão. A única coisa a fazer é esperar e prolongar seu tempo de vida. Mas sua mãe não se conforma. Nos últimos anos, ela tem levado Will de hospital em hospital, atrás de novos tratamentos, de algo que cure a B. Cepácia. Mas sempre em vão. No St. Grace, agora, um novo tratamento estava em teste, e por isso ela trouxera Will para cá.

Will e Stella se conhecem de uma maneira nada convencional. Ela vê o garoto, saindo de seu quarto e deixando um casal de amigos entrar, para ter um encontro amoroso em seu quarto de hospital. A garota fica indignada, mas Will acredita que está apenas ajudando. As conversas deles, sempre à distância, são desagradáveis, e a garota não entende Will. Tem raiva dele. Até que um dia, Will, na sua rebeldia, foge para o telhado, para observar a cidade, e Stella o segue. E começam a conversar. E algo vai mudando. Stella percebe que o garoto não faz direito seu tratamento e fica muito nervosa, isso tira a paz dela em sua mania extrema de organização. Então ela propõe a Will que deixe que ela organize seu carrinho de remédios e instale seu aplicativo no celular dele.

Will é um tanto relapso, não faz seu tratamento corretamente, acha tudo uma perda de tempo, já que vai morrer mesmo. Para que ficar sofrendo, tomando remédios se tudo está perdido mesmo? Ele é um exímio desenhista, e faz uma proposta à Stella: desenhá-la.

Stella e Will vão se apaixonando e, a partir disso, Stella resolve roubar da fibrose cística, e não mais ser roubada: um passo mais perto de Will, cinco passos e não mais seis. Pois esse amor precisa ser vivido.

A partir daqui, só lendo o livro para descobrir o que acontece com Will e Stell. Como termina esse romance? Alguém vai conseguir o transplante? Alguém morre ou se cura? Não vou dizer nadinha. Leia e comente aqui o que achou. Sem spoilers ok?

Posso dizer que a leitura me surpreendeu. Comecei com uma impressão ruim de um livro sobre gente doente, mas o romance e o dia-a-dia deles me trouxe um sentimento bom, acrescentou algo, ensinou algo.

 

 

 

Sobre os autores

RACHAEL LIPPINCOTT é formada em Escrita pela Universidade de Pittsburgh e vive na Pensilvânia, onde divide seu tempo entre escrever e cuidar de um food truck com sua namorada. A Cinco Passos de Você é seu primeiro romance.

 

 

 

 

 

 

MIKKI DAUGHTRY é roteirista e mora em Los Angeles. Ela é formada em Artes Cênicas e colaborou tanto no manuscrito quanto no roteiro do filme de A Cinco Passos de Você.

 

 

 

 

 

 

TOBIAS IACONIS nasceu na Alemanha e mora em Los Angeles com sua mulher e seu filho. Ele estudou Literatura e trabalha como roteirista. Assim como Mikki, colaborou no manuscrito e no roteiro de A Cinco Passos de Você.

 

 

 

 

 

Ficha técnica

    • Acabamento: Brochura
    • Altura: 21.00 cm
    • Ano da edição: 2019
    • Cód. Barras: 9788525067425
    • I.S.B.N.: 9788525067425
    • Idioma: Português
    • Largura: 14.00 cm
    • Marca: Globo Alt
    • Número da edição: 1
    • Número de Páginas: 288
    • País de Origem: Brasil
    • Peso: 0.370 Kg
    • Profundidade: 1.20 cm
    • Referência: 9788525067425

     

    Book Trailer

Mais do NoSet