Análise do livro: “Interferências”, de Connie Willis, Suma Editora

“Um romance verdadeiro, um livro no qual você gostaria de viver”. – The Washington Post

“Um conto de fadas tecnológico extremamente divertido”. – BookPage

““Um dos livros de ficção científica mais divertidos dos últimos anos”. – Locus

 

Sinopse

Combinando humor e romance, Connie Willis, ícone da ficção científica, traz um livro envolvente sobre os perigos da tecnologias, do excesso nas redes sociais e… do amor.

“Em um futuro não muito distante, um simples procedimento cirúrgico é capaz de aumentar a empatia entre os casais, e ele está cada vez mais na moda. Por isso, Briddey Flannigan fica contente quando seu namorado, Trent, sugere que eles façam a cirurgia antes de se casarem — a ideia é que eles desfrutem de uma conexão emocional ainda maior, e que o relacionamento fique ainda mais completo. Bem, essa é a ideia. mas as coisas acabam não acontecendo como o planejado: Briddey acaba se conectando com outra pessoa, totalmente inesperada. Conforme a situação vai saindo do controle, Briddey percebe que nem sempre muita informação é o melhor, e que o amor — e a comunicação — são bem mais complicados do que ela esperava.

 

 

Análise

O livro começa com Briddey recebendo um inesperado pedido de seu namorado, Trent, para realizarem um EED, um procedimento simples que prometia uma conexão entre os casais, ao ponto de sentirem os sentimentos do outro, de se conectarem mais intimamente. A notícia logo se espalha por toda Commspan, a empresa de tecnologia em que ela e Trent trabalham. Trent está envolvido em um projeto de um novo celular que brigaria com a Apple e seu novo e misterioso lançamento.

A família de Briddey é um tanto…esquisita. E Irlandesa. Sua irmã, Kathleen, está sempre de namorado novo, um pior que o outro. E não para de ligar o tempo todo para pedir conselho e chorar as mágoas com a irmã. Mary Clare, sua outra irmã, é paranóica com a vida de sua pequena filha, a Maeve, de apenas nove anos, e também liga o tempo todo para perguntar o que ela acha que a garotinha possa estar aprontando. Não menos presente nisso está tia Oona. Que, segundo Briddey, liga a cada cinco minutos. Sua família é esquisita mas bastante conservadora, e ela tem muito medo de lhes contar sobre o EED.

Mas, o boato logo se espalha pela empresa, e ela fica tentando segurar a informação, principalmente para não chegar aos ouvidos de sua família. Tarefa difícil, já que Suki, Jill e companhia são melhores que o Twitter para divulgar novas informações.

Nessa mesma empresa, trabalha o “esquisito” C. B. Schwartz. Com roupas desleixadas, cabelo bagunçado, no estilo “Corcunda de Notredame”, como comentam pela empresa. Ele chama Briddey para uma conversa, através de um bilhete, já que em seu laboratório não tem sinal algum de celular ou qualquer tipo de tecnologia. Ele fica isolado para poder criar novos smartphones. A garota vai até lá, achando que ele deve ser a única pessoa que não vai perturbá-la sobre a decisão de fazer o EED, mas se engana: ele quer exatamente fazê-la desistir do procedimento.

Não convencida, ela faz o EED, mas nada acontece como esperado. Briddey se conecta, ainda no quarto de hospital a ninguém menos que… C.B. E não é só isso, ela começa a ouvir a voz dele em sua cabeça e conversar telepaticamente. Ela fica muito assustada e os desdobramentos dessa história são surpreendentes, engraçados e nos trazem um alerta à superexposição de nossas vidas às tecnologias, redes sociais, e demais aparatos tecnológicos. A partir daí, Briddey e C.B. entram numa aventura divertidíssima e empolgante para esconder sua conexão das pessoas, principalmente de Trent, pois ele pode achar que ela está emocionalmente envolvida com C.B., e isso seria um grande problema para ela e seu futuro casamento com esse homem lindo e perfeito, que todas as mulheres gostariam de fisgar.

Além disso, Briddey começa a ouvir não apenas C.B., mas milhares de vozes, que parecem afogá-la. Apenas ele pode ajudá-la a se livrar disso e voltar a viver. E para isso, os dois se envolvem de uma maneira divertida e doce. um herói que veio para salvá-la quando mais precisava. Uma corrida das vozes, e dos “monstros”, digna de um conto de fadas.

Impressões pessoais

O livro me agradou logo de cara, principalmente pela beleza estética. A capa de um material tão macio, agradável ao tato, a ilustração linda da mesma, e o tema de Romance e Ficção.

Ao começar a ler, percebi que não estava errada sobre meu ótimo palpite sobre o livro. Dois assuntos tão interessantes juntos, tinha tudo para funcionar. E funcionou. A narrativa já nos conquista logo nas primeiras linhas. E não perde a fluidez do começo ao fim. O leitor deve começar essa aventura sem amarras, sem pensar em clichês. Porque tudo é surpreendente, inesperado. Li o livro com avidez, mas querendo que não terminasse. Querendo saber logo o que viria a seguir e pensando na ressaca literária que viria a seguir.

Quem decidir por ler Interferências, não vai se arrepender e ainda vai recomendar a todos. Decida-se.

Ficha técnica

Ano: 2018 / Páginas: 464
Idioma: português
Editora: Suma

A autora

Connie Willis faz parte do panteão de grandes autores de ficção científica e fantasia, e já recebeu sete prêmios Nebula e onze prêmios Hugo, os mais importantes do gênero. Seus trabalhos mais conhecidos se passam no mundo dos historiadores de Oxford – O livro do juízo final, publicado pela Suma em 2017, é o primeiro deles. Atualmente ela vive no colorado com a família.

 

 

 

 

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