Incêndio no Museu Nacional: fruto do descaso e da corrupção.

Sites transmitem ao vivo o incêndio que consome o Museu Nacional, localizado na Quinta da Boa Vista – Rio de Janeiro. Dotado de um acervo de mais de 20 milhões de peças e com uma história que completou 200 anos em  2018, o museu era (verbo no tempo correto) o mais relevante da América Latina.

Este post tem o intuito de alertar sobre outros problemas graves que mostram e comprovam o descaso de governos corruptos e relapsos, cujo foco sempre foi o enriquecimento ilícito e o acúmulo de verbas para as próximas campanhas através do uso incorreto e imoral das verbas públicas.

Estive no museu há algum tempo, pude passear com a família pela Quinta, desfrutar do ambiente único. O Museu era de uma riqueza ímpar, lindo (mesmo sucateado há anos) e o lar de incontáveis artefatos históricos.

Hoje, 02 de setembro de 2018, o Rio de Janeiro é novamente palco de uma vergonha de ordem mundial. Não bastasse a violência incontida que deixa o cidadão carioca tão acuado quanto quem mora em zona de guerra, o desprezo pela educação (agora ainda mais evidente com a permissão deste catástrofe) e o caos que nos atinge, perdemos um dos mais importantes museus do mundo.

As causas para o incêndio são desconhecidas. Os fatos que geraram esse desastre, ao contrário, são de conhecimento da maioria. O Museu Nacional passava por um longo período de ausência de manutenção, esquecido pelo governo que deveria mantê-lo. Suas estruturas ruem, enquanto o Ministério da Cultura – em nota – diz que fará tudo para recuperar o patrimônio. Isso, contudo, é impossível.

O Museu Nacional tinha 200 anos de existência, mas seu acervo tinha milhares de anos. Peças de todos os cantos do mundo estavam guardadas lá. Com pesar afirmo que as próximas gerações não terão acesso às obras e peças que agora ardem nas chamas. A memória foi apagada por causa do descaso, da corrupção e da aplicação do numerário público em obras que, no meu entendimento, não são prioridade.

Assim como o Museu, hospitais, escolas, instituições são entregues à própria sorte para que possamos fazer obras voltadas a eventos rápidos. O Maracanã já passou por sua terceira reforma após a reconstrução, uma vergonha e um desperdício de dinheiro. Impostos são coletados em tudo que compramos, porém não encontramos o retorno em melhorias para o povo.

Alguns depoimentos mostram a revolta ao ver essa tristeza:

“O Rio se tornou um cemitério de ideias, ações e progresso, tudo ali vira cinzas.” (Ana Paula, ex-jogadora de vôlei).

“Passamos por uma dificuldade imensa para a obtenção desses recursos. Agora todo mundo se coloca solidário. Nunca tivemos um apoio eficiente e urgente para esse projeto de adequação do palácio. Para retirar a administração, arquivo e centro acadêmico do palácio.” Luis Fernando Dias Duarte, vice-diretor do Museu Nacional.

Em suma, autoridades e funcionários tinham a correta noção da probabilidade de uma catástrofe desse porte. Alguns fizeram esforços para evitar, mas a grande maioria preferiu apostar na sorte… e perdeu.

A história foi consumida pelo fogo. Que fique a lição para que isso jamais ocorra novamente. Um país sem memória é um país decadente.

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