De volta à família – “Chesapeake Shores”

Relações familiares são, com toda a certeza, o que há de mais complexo na vida. Não há fórmulas prontas para se aplicar, apenas o dia a dia pode mostrar a melhor forma de uns lidarem com os outros.

Agora imaginem esse teor de complexidade em uma família de cinco filhos com idades completamente diferentes, a mãe tendo saído de casa sem dar explicações quando a mais velha ainda era adolescente (ou seja, a mais nova tinha pouco mais de 2 anos) e colocando nela, no pai e na avó materna a responsabilidade de os criar.

Essa é a família O’Brien de Chesapeake Shores, cidade que fica a poucos minutos de Baltimora, Maryland, EUA. A série leva o mesmo nome e começa com Abby, a mais velha, recebendo tamanha responsabilidade.

Depois de muito tempo morando em Nova Iorque, Abby volta a Chesapeake Shores para visitar a família com suas duas filhas, então percebe que está precisando se afastar da agitação de Nova Iorque. Ela se divorciou do pai das filhas, não tem ninguém para ajudar com elas e está cada vez mais ausente da vida delas, o que é uma queixa sua ao seu pai (que vivia trabalhando, tinha pouco tempo para os filhos).

Como é verão e está próximo do dia da independência, Mick O’Brian, pai desses cinco irmãos, decide chamar todos para passar um tempo em família.

Logo todos estão reunidos na casa em que cresceram:

  • Abby, a mais velha, mais responsável e mais bem sucedida profissionalmente (grande executiva de Wall Street);
  • Kevin, o mais calmo, aquele que tem instinto protetor e hoje é soldado, serve no Afeganistão;
  • Bree, a sensível escritora de peças que ganha a vida em Chicago;
  • Conor, o palhaço da família e está terminando o curso de Direito na Universidade de Nova Iorque;
  • Jesse, a caçula que geralmente precisa ser salva por todos, mas que está pronta para mostrar que sabe se virar sozinha.

Quem também aparece para essa reunião familiar é Megan, a mãe que os abandonou há tentos anos, mas que agora vai tentar se reaproximar deles e tentar recuperar o que perdeu.

Abby já tinha conseguido se reconciliar com a mãe, elas passam a conviver quando Caitlyn e Carrie nascem e passam tempo com a avó. Porém ela tem outros desafios a enfrentar, o primeiro é não se apaixonar novamente por Trace Riley, namorado antigo e que o deixou para ir para Nova Iorque.

Trace também enfrenta seus desafios, trouxe bagagem pesada de Nashville e tenta a superar, podendo se dedicar a nova vida de Chesapeake Shores e a tentar ter uma nova chance com Abby.

A série é muito acolhedora, por ser em uma cidade pequena e (acredito eu) fictícia, lembra muito “Gilmore Girls” e “Once Upon a Time”, dá vontade de ir lá e conhecer o que eles falam tanto da cidade. Por ter três irmãs companheiras lembra “Charmed”, mais ainda porque a mais nova é clone de Alyssa Milano, que fazia uma das bruxas encantadas. Mas tem charme e enredo próprios, alguns elementos simples que trazem um pouco de humor e outros mais complexos, que valorizam as mensagens passadas.

De todos esses personagens nem citei a melhor, a avó, Nell O’Brien. Ela é a liga que cola tudo, sempre paciente e com uma sabedoria na ponta da língua, parece que sabe o que cada um precisa ouvir (e comer) a cada momento.

Parte do elenco me surpreendeu, primeiro porque comecei a assistir sem saber que eles estariam lá e depois porque nunca imaginei lembrar deles. A outra parte já esperava um trabalho muito bom.

Meghan Ory vive Abby O’Brien, e, por ter vivido por 5 temporadas a Chapeuzinho Vermelho de “Once Upon a Time”, ela só confirmou o talento dela para séries neste estilo, comédia + drama.

O pai da família, Mick O’Brien, também é um rosto conhecido e que eu sabia que faria um bom trabalho. Ele é Treat Williams, que esteve em séries como “Chicago Fire” e “White Collar”, porém eu o “conheci” sendo um outro pai de família, um médico viúvo que tenta criar seus dois filhos em “Everwood” (série que tirou do anonimato, entre outros, Chris Pratt, Emily VanCamp e Sarah Drew).

E, porque o elenco é grande e ficaria cansativo falar de todos os irmãos, vou falar só de mais um e de um outro personagem, porque eles me surpreenderam de verdade.

Primeiro falo de Kevin, o que é soldado e que é o ponto de paz e sanidade da família, quem dá vida a ele é Brendan Penny. Passei os primeiros episódios tentando me lembrar da onde eu o conhecia e lembrei.

Em 2009 ele fez uma série que foi ao ar no Brasil alguns anos depois no Boomerang (saudades desse canal), era uma daquelas séries sem sentido, mas que você assiste assim mesmo, o personagem de Brendan Penny era um cara que ainda num tinha crescido, era formado e tinha emprego (bem mais ou menos), mas era imaturo, simplesmente o oposto de Kevin!

O outro personagem é Trace Riley, vivido por Jesse Metcalfe. Na série ele faz um músico bem sério, com sentimentos profundos, muito diferente do único outro trabalho que lembro dele fazendo, “Todas Contra John” (“John Tucker Must Die” – 2006). Esse filme é bem Sessão da Tarde, bem adolescente, e Jesse faz o pegador, aquele que seduz todas, aí três meninas se revoltam e tentam vingança, entre elas está Sophia Bush (“One Three Hill”).

A série está disponível no Netflix, até agora são duas temporadas (2016 e 2017) com 10 episódios cada. Acredito que a terceira vá existir porque há muitas dúvidas, muitos “fios soltos” deixados nas duas temporadas, mas não vi nenhum sinal que estejam já se organizando para isso, infelizmente.

Recomendo a série para quem gosta de tramas familiares não muito pesados e, especialmente, para quem tem irmãos moram longe de você (e muitos irmãos), tenho certeza que você se identificará com algum dos O’Brien!

Beijinhos e até a próxima.

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