Crítica: A Torre Negra (2017) | Sucesso fácil ou fracasso na certa? Eis a questão.

Stephen King é um dos grandes mestres do horror contemporâneo. Autor de clássicas obras literárias como O Iluminado e À Espera de um Milagre, ele escreveu inúmeros livros que conquistaram milhões de fãs ao redor do mundo e são amplamente reconhecidos pelo seu estilo que enobrece a todo e qualquer indivíduo que aprecia tanto dramas fortes quanto os suspenses mais darks. Entre deles está A Torre Negra, ficção científica cuja adaptação está prestes a ser lançada em circuito brasileiro. Estrelado por astros como Matthew McCaughney e Idris Elba, ele chega hoje semana nos cinemas brasileiros, mas será que é mesmo um filme que merece de ser visto na tela grande? Uma vez que a divergência de opiniões entre o público ocorre com mais frequência do que se imagina, com este aqui certamente não será diferente. Quer saber mais? Então fique comigo e descubra se você deve pensar duas vezes antes de conferi-lo fora de casa!

Há outros mundos além deste. Na história, o último Pistoleiro, Roland Deschain (Idris Elba), está preso em uma eterna batalha com Walter O’Dim, também conhecido como o Homem de Preto (Matthew McConaughey), e determinado a impedi-lo de derrubar a Torre Negra, que conecta o universo. Com o destino dos mundos em jogo, bem e mal vão colidir na batalha final, já que só Roland pode defender a Torre do Homem de Preto.

Como fã devoto de ficção, posso dizer que esperava mais dele. Admito que não li o livro (já tive curiosidade), mas me refiro ao trailer em específico, que por si só, já me atiçou uma vontade de querer conferir. No entanto, o que encontro no fim das contas é o que encontro é um longa que, visualmente falando, está fantástico, pois o CGI é tão caprichado (na mesma pegada dos efeitos visuais de Maze Runner – Correr ou Morrer e Depois da Terra). A questão é que o problema começou com algumas atuações: tivemos bons atores, e conhecidos pelo público, entregando performances um tanto rasas (exceto a de Idris Elba (Prometheus), que foi a mais plausível), em particular a de Matthew McConaughey (Interestelar), que ao interpretar Walter, incorpora um vilão bem caricato, tão sem sal e sem motivação pra fazer o que está fazendo; uma pena. Se suas causas tivessem sido melhor explicadas, assim como suas passagens entre os mundos paralelos, as coisas certamente teriam sido diferentes. Outra atuação que está na média é a de Katheryn Winnick (Vikings), como a mãe de Jake, que rende bons (e estranhos) instantes ao roubar a cena. Aliás, em contrapartida, outro aspecto negativo é com relação às frases de efeito genéricas, pois o roteiro não desenvolve muito bem a história, tornando-a uma ficção infanto-juvenil assumida, com leves toques de suspense ao longo de sua 1 hora e meia de duração e uma trilha sonora que pelo menos foi bacaninha. Meus sinceros elogios à Tom Holkenborg, que já compôs obras como o excelente Brimstone (ou Amaldiçoada no Brasil) e o controverso Caçadores de Emoção – Além do Limite.

Pra falar a verdade, o longa até começa bem, só que vai declinando aos poucos (pasmem, a ponto de eu ter dado umas piscadas longas nos momentos maçantes). Assim sendo, não duvido nada que quem tenha lido o livro e seja fã da obra se decepcione ainda mais; resta aguardar o resultado das bilheterias. Desde que me entendo por gente, sei o quão difícil é para os produtores de Hollywood manter suas adaptações 100% fiéis a seus livros. Por conseguinte, nem sempre o resultado favorece quem acredita que haja uma luz no fim do túnel, e dependendo do best-seller, eles continuem tentando até atingir a meta de ficar o mais semelhante possível. No caso deste, até onde pesquisei a fundo, The Dark Tower não foi tão fiel às obras do King. Todavia, advirto que também passa longe de ser um lixo total. Contém personagens medianos – e isso inclui o pequeno Jake na pele de Tom Taylor – e um enredo que pode não envolver todo tipo de público, no entanto isso não significa que ele precise ser considerado péssimo. Tudo bem, ele não é ótimo, só podia ter sido melhor. Afinal, convenhamos: recursos como investimento e potencial são coisas que abundam na capital do cinema, não acham?

Em suma, creio que A Torre Negra foi uma tentativa (dentre inúmeras) que só não foi aplicada com precisão. Porém, não que isso seja motivo pra que Hollywood desista, porque há tantos livros escritos pelo homem que surpreendeu a todos nós com o seriado Under The Dome (baseado em seu feito Sob a Redoma) que anseiam por uma adaptação qualquer dia desses, que tudo é possível atualmente. Logo, o jeito é aguardar a sequência – sim, teremos mais 2 filmes pra compensar as falhas do 1º -, pois se é com os erros que se aprende, então que o cineasta responsável tenha compreendido tal concepção, e venha estar dirigindo os posteriores, analisando tudo o que o primeiro ficou devendo. Por fim, do meu ponto de vista, o caracterizaria como uma aventura visualmente bela, mas que não compensaria ser visto no cinema, e sim no conforto de sua casa, caro leitor. Economize seu suado dinheirinho para películas como o eletrizante Atômica e o macabro It – A Coisa, vai por mim. É um bom entretenimento (com um ritmo um pouco apressado), mas que não deixa de ser esquecível. Próximo!

Título Original: The Dark Tower
Direção: Nikolaj Arcel
Duração: 95 minutos

Nota:

Assista ao trailer:

Mais do NoSet

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *