Crítica: T2 Trainspotting (2017) | O poder de duas décadas na vida de um “junkie”.

Continuação de um dos filmes mais badalados de 96, T2 Trainspotting entra em cartaz essa semana em todos os cinemas brasileiros. O longa, que marca a volta de Danny Boyle na direção, traz os personagens Mark Renton, Simon, Spud e Begbie 20 anos após os eventos do primeiro e prova ser uma sequência que supera em muitos sentidos o anterior. Nós já o conferimos e podemos garantir que os fãs não vão se decepcionar. Muito pelo contrário, irão curtir bastante; principalmente o desfecho. Quer saber mais sobre o célebre reencontro dos viciados mais irados que vimos há duas décadas atrás? Confira!

Na história, Renton (interpretado com maestria por Ewan McGregor) retorna à cidade natal após vinte anos de ausência. Hoje, ele é um homem novo, com um emprego fixo e livre das drogas. Porém, os amigos não tiveram a mesma sorte: Simon, ou Sick Boy (o carismático Jonny Lee Miller) comanda um comércio fracassado, Spud (incorporado pelo hilário Ewen Bremner) continua dependente de heroína e Begbie (encarnado no convincente Robert Carlyle) está na prisão. Aos poucos, Renton revela que sua realidade não é tão positiva quanto ele mostrava, e o que não esperava é que fosse voltar a praticar os crimes de antigamente. Inspirado no livro “Porno”, de Irvine Welsh, já na cena inicial, nos são exibidos flashbacks que remetem justamente aquele universo surreal, onde percebemos que foram necessários 20 anos para que os personagens se reencontrassem e acertassem as contas, por bem ou por mal. Afinal, o passado nunca morre e devido ao que Renton fez com seus amigos, de início a situação foge do controle completamente. Só depois é que a “poeira abaixa”, por assim dizer.

Se passando nas ruas da Escócia, dessa vez temos o protagonista Renton voltando ao seu local de origem, onde encontra novamente seu pai (James Cosmo) e dá de cara com suas antigas amizades, que podem não ter sido lá as melhores influências do rapaz, mas foram as companhias com que passou a sua juventude, embarcando em uma jornada cheia de confusões, aventuras e festas, tudo em meio a muita heroína. A questão do vício nas drogas é novamente exibida de forma nua e crua ao público, com uma ótima fotografia que dá um show tanto em tais instantes quanto no restante da película! Destaque para o momento em que Renton encontra Spud; ela foi nojenta e ao mesmo tempo, hilária.

Outra cena interessante foi a da breve aparição de Diane (Kelly Macdonald), onde vemos a maneira que a transição de 20 para 40 anos demonstra ser algo significativo e que nos faz parar pra pensar: como é possível que depois de duas décadas, os atores consigam reprisar seus papeis perfeitamente? Parece até que foi ontem que tudo aquilo aconteceu no universo dos junkies – ou em outras palavras, viciados. Além disso, a partir do momento em que todos os personagens se encontram, um clímax invade a tela e do mesmo modo assim o faz em nossos corações, uma vez que quando o “quarteto fantástico” se une (sim, há uma pequena surpresa na metade da obra) , ficamos mais vidrados do que nunca na fita. Já com relação à trilha sonora, ela resgata faixas que a despeito de envolver o espectador completo, deixam um puro ar de nostalgia dos bons.

Em síntese, T2 Trainspotting é um filmaço! De longe até melhor que o seu antecessor e a obra cinematográfica termina por ser uma continuação que merece ser vista nos cinemas, especialmente aos fãs devotos! Admito que nem cheguei a ver o trailer dele e fui na expectativa, porque acontece que eu assisti o 1 em determinado dia e na manhã seguinte conferi o segundo. Foi exatamente essa estratégia que tornou a experiência ainda mais gratificante! Dessa forma, embora tenham sido necessários 20 anos até o lançamento da sequência, tudo só serviu pra que o público pudesse acompanhar outra vez aqueles rostos tão jovens, bem como observar os mesmos evoluírem ao longo de suas carreiras, atuando em muitos outros filmes e, desde então, ter o coração facilmente conquistado pelo elenco, visto que a estrada percorrida pela equipe não foi nada fácil. Portanto, uma coisa é certa: felizmente o resultado não decepcionou. Justo pelo contrário, valeu a pena esperar!

Título Original: T2 Trainspotting
Direção: Danny Boyle
Duração: 117 minutos
Nota:

Veja o trailer:

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