Crítica: Sangue e Chocolate (2007) | Uma ótima e valiosa adaptação sobre lobisomens!

Nos dias de hoje, adaptações literárias são o que mais temos visto. Dentre muitos, está ‘Sangue e Chocolate’, baseado no livro de Annette Curtis Klause e que é o típico longa que talvez te afaste pelo título, mas não se deixe enganar. Assim como diz o ditado: “não julgue um livro pela capa”, o mesmo se aplica nesta situação. Em outras palavras, não julgue um filme pelo nome, pois ele é sim muito bom e deixa obras como ‘Crepúsculo’, por exemplo, no chinelo. Apesar de ser inconveniente comparar a febre vampiresca de quase 10 anos atrás, é preciso compreender que de terror, ‘Blood & Chocolate’ passa longe. Continue comigo e saiba mais sobre este bom entretenimento que merece a sua atenção por um instante!

A bela cena inicial abre com as fantásticas montanhas do Colorado, onde acompanhamos a jovem Vivian (Agnes Bruckner) de 10 anos, presenciar o assassinato de sua família por um bando de homens raivosos. No entanto, o verdadeiro motivo deles era um segredo que sua família carregava no sangue: eles eram lobisomens. Por sorte, Vivian consegue escapar correndo para a floresta e lá se transforma em lobo. Nos tempos atuais, já adulta, ela vive em Bucareste, Romênia, onde trabalha em uma loja de chocolates (daí o título). De noite, ela costuma cruzar os clubes subterrâneos da cidade, lidando com os ataques rebeldes de seu primo Rafe (Bryan Dick) e sua gangue de maldosos, intitulada “Os Cinco”. Até que um dia ela conhece Aiden Galvin (Hugh Dancy), um artista à procura de artes antigas e que está interessado em particular no mito dos “loup garoux“, supostas pessoas que tem a habilidade de se transformar a qualquer hora tanto em forma humana quanto lupina. Porém, o que Aiden não imaginava é que a lenda que o atrai é bem real e está mais próxima dele do que imagina. Em dúvida se alimenta o romance com o humano ou se segue o seu destino como “lobismulher”, Vivian agora terá de decidir: entregar seu coração a homem que ama ou ficar do lado da família?

Sobre o elenco, temos aqui rostos um tanto conhecidos do público, como Agnes Bruckner, de ‘The Returned’, Hugh Dancy, de ‘Hannibal’, além de Olivier Martinez, de ‘Infidelidade. Os três são criticamente importante na trama e aqui merecem total destaque pela segurança com que interpretam seus personagens. Aliás, o desenvolvimento não deixou a desejar. Justo pelo contrário, você é fisgado por aquele universo e se vê completamente envolto no enredo, o que, por conseguinte ainda te faz acompanhar até o desfecho.

Em contrapartida, embora cheio de prós, um contra não deixa de existir: o design da transformação, que, definido pelo salto de uma pessoa, segue-se pelo surgimento de um efeito de luz e, por fim, a transformação para lobo; até aí, nada tão grave. O problema é que quando eles voltam à forma humana, estão sem roupas. Ora, então pra onde foram as roupas na primeira transformação? Visto que a lei da alcateia não permite que eles mudem de forma em local diferente do comum, esta falha só pega o cinéfilo mais atento mesmo. Aos que não se importam com pequenos furos, ainda é possível sentar e assistir sem questionar o CGI da década passada.

Outra questão é que os lobisomens não assustam nem um pouco, o que nos leva a crer que a diretora quis dar maior ênfase ao romance do que terror propriamente dito. Outro ponto positivo no filme é a trilha sonora; que músicas incríveis! É uma melhor que a outra, mas tenho um carinho especial pelas faixas ‘Garab – Rachid Taha’ (créditos iniciais), ‘Let Yourself Go Wild – Jasmin Tabatabai’ (a ‘the best’) e ‘Westoriental Trip – Antique’ (créditos finais). Não deixe de ouvir a playlist do Spotify que deixamos no final da crítica!

Do meu ponto de vista, admito que esperava uma fantasia bem usual, mas me surpreendi positivamente! É por isso que pra quem gosta de obras baseadas em livros, é uma boa pedida. Na época em que vi pela primeira vez, indiquei para vários amigos meus e ele acabou realmente dividindo opiniões: enquanto alguns amaram, outros odiaram. Óbvio que ele não é a maior maravilha do mundo, mas também não é nenhuma perda de tempo, isto posso lhe garantir. Portanto, esqueça tudo o que você pensa que sabe sobre lobos e de preferência, desligue seu cérebro quando for assistir. Logo, apesar de uns clichês aqui e ali, no geral ‘Sangue e Chocolate’ não decepciona. É um bom filme pipoca para o seu começo de semana!

Título Original: Blood & Chocolate
Direção: Katja Von Garnier
Duração: 98 minutos
Nota:

Assista o trailer abaixo:

Confira ainda a nossa playlist do filme:

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