Crítica: Paixão Obsessiva (2017) | Quando a compulsão passional é maior do que tudo!

O suspense é mesmo uma maravilha para quem o aprecia. Desde clássicos como Atração Fatal e Louca Obsessão até azares como Obsessiva e O Garoto da Casa ao Lado, fãs do gênero percebem como chega um hora em que parece que os produtores já não são capazes de renovar suas películas, ainda mais no que diz respeito ao sentido “louca paixão”. Baseado nisso, as corajosas Warner Bros e Di Novi Productions lançaram há poucos dias o filme Paixão Obsessiva. Trata-se do mais novo thriller que conta com estrelas como Katherine Heigl e Rosario Dawson. Será que ele vale a pena ou dá pena? Vem comigo descobrir!

A trama é a seguinte: quando o casamento entre David (Geoff Stults) e Tessa (Katherine Heigl) termina, ele fica com a casa e com a guarda da filha pequena. Tessa, furiosa com a situação, descobre que ele já está envolvido com uma nova mulher, Julia (Rosario Dawson), vítima de abuso por parte do ex-marido. Enquanto Julia se adapta à vida de madrasta, Tessa bola um plano para sabotar a nova namorada de David e retomar o relacionamento. A partir daí, o pior pesadelo de Julia está prestes a acontecer.

Primeiro de tudo: creio que apesar de todo mi-mi-mi que ele poderá sofrer, o enredo aqui consegue de alguma forma te prender até o fim, principalmente quem gosta de um roteiro fácil, cujo chavão parece não ter vergonha de se mostrar. Além disso, convenhamos que o tema da obsessão, realmente, está batido. Partindo de clássicos inesquecíveis dos anos 90 até longas medianos atuais (porém plausíveis), a qualidade na representação do que mais vimos nos thrillers tem decaído ao longo dos anos e isso é ruim, muito ruim. Convenhamos que todas aquelas tramas onde pessoas mostram suas verdadeiras faces aos outros quando desejam a qualquer preço tomar alguém, familiar ou não, parece não sair de moda. A pergunta que permanece é: será que falta muito pra que tirem da gaveta um projeto que faça jus ao que o telespectador deseja ver? Não querendo desviar do assunto, mas me refiro a algo como o que A Bruxa fez, uma revolução no quesito terror psicológico; é o que mais desejamos a partir de agora. E como a esperança é a última que morre, o jeito é continuar esperando por aquele longa que fará com que os espectadores digam: “nossa, isto sim é novidade!”.

O que ocorreu aqui foi um desperdício de atuações (salvo as duas atrizes, cuja química ao contracenarem estava mediana, mas aceitável) e não temos nada de novo, apenas um clima de tensão e distorção entre realidade e ficção que já estamos acostumados. Inclusive, Rosario até teve um desempenho superior a Katherine, visto que embora Heigl seja a vilã da história, sua atitude na última cena me lembrou bastante aquele ambiente de novelas mexicanas. A fotografia é aceitável e a trilha sonora não é das piores (contém um momento em específico que é igual, se não mais quente, de Colega de Quarto) Já o desfecho, embora não tenha tido, digamos, nenhum revertério considerável – olha que pra uma fita de 1 hora e 40 minutos, oportunidades não faltaram -, este também ficou devendo (vide o cômico instante final, que não deixou claro se haverá uma continuação, no entanto, faz o público rir pra não chorar). Em contrapartida, eu particularmente não o enxergo como o melhor thriller do mundo, porém a produção está longe de ser horrível. Dessa forma, a minha nota é levada em consideração por dois motivos: um, porque sou aquele típico cinéfilo nobre, e dois, porque devido ao fato de eu amar o cinema de paixão – isso inclui aqueles filmes ruins que todo mundo gosta -, sempre consigo extrair algo de bom em produções Hollywoodianas clichês. Quem me conhece, sabe que é raro quando desprezo tanto algum longa a ponto de dar-lhe zero. Até bombas como O Ataque do Dente-de-Sabre e Todo Mundo em Pânico 5 ganharam sua única e merecida estrela em meio as 5 existentes.

Por conseguinte, neste suspense com pegada de drama, Paixão Obsessiva é com certeza aquele filme que muitos irão odiar, disso não tenho a menor dúvida. Tanto que por conta do fracasso de bilheteria, em ocasiões feito estas o mesmo deve demorar uns 3 meses até ser lançado em plataforma digital. Conquanto, você, caro leitor, não perde por esperar que ele chegue na plataforma online. Por outro lado, nada contra quem gosta, mas assim como existem aqueles que tiveram a ousadia de classificar 50 Tons Mais Escuros ótimo, uma porcentagem de seguidores que curtem histórias como essas, que apesar de em nada inovar, como dito há pouco, ainda possuem características que equivalem à transformação de tais elementos em algo bom. Portanto, que daqui pra frente Hollywood consiga demonstrar seu potencial interior. Se existe uma coisa que é sempre bem-vinda e agrada a todo bom cinéfilo são propostas interessantes e criativas, desde que instaladas corretamente, visto que é crucial que eles inovem e sigam por vertentes distintas! Afinal, só assim, a chave para a restauração da originalidade de um filme há de ser descoberta.

Título Original: Unforgettable
Direção: Denise Di Novi
Duração: 100 minutos
Nota:

Assista o trailer:

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1 Comment

  • Eu amo como ele funciona Katherine Heigl e nos deixa outro projeto de qualidade, de todas as suas filmografias essa é a que eu mais gostei, acho que deve ser a grande variedade de talentos. Será exibida na TV, aqui deixo os horários: https://br.hbomax.tv/movie/TTL612305/Paixao-Obsessiva, a chave do sucesso é o bem que esta contada a historia e a trilha sonora, enfim, um dos meus preferidos. Paixão Obsessiva é um dos melhores filmes que estrearam o ano passado. O ritmo da historia é ameno e a mensagem que tem o filme é muito divertido, definitivamente recomendado.

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