Crítica: John Wick: Um Novo Dia Para Matar (2017) | O retorno de uma lenda aos cinemas

Quantas sequências hoje em dia superam o filme original? Esta é a pergunta que devemos fazer sempre que assistimos a continuação de um longa, levando em conta que são raros os casos em que isso acontece. Neste caso, John Wick: Um Novo Dia Para Matar é felizmente um exemplo a ser dado. A obra, dirigida de novo por Chad Stahelski (seu dublê em Matrix, Constantine e o clássico Caçadores de Emoção), faz jus ao roteiro bom escrito mais uma vez por Derek Kolstad e tudo o que direito de ver uma película de ação (e que ação). Nós já conferimos na pré-estreia e curtimos pra valer!

Na história, John Wick é o implacável assassino de aluguel que se aposentou, ou pelo menos que achava assim o ter feito. Ele descobre que uma grande recompensa foi oferecida quem conseguir executá-lo. Quem for capaz de entregar a sua cabeça em uma bandeja, literalmente, tomará a grana de “mão beijada”. Convenhamos: qual homicida não pensaria duas vezes? Bom, primeiramente cito que cena inicial já vale pelo filme inteiro! Ela abre com John, interpretado por um Keanu Reeves destemido e sempre pronto ao combate, realizando suas proezas em um armazém em uma noite chuvosa. Ele visa recuperar o seu clássico Mustang 1969 que está sendo mantido em cativeiro por Abram (Peter Stormare), o irmão de Viggo Tarasov (chefe mafioso do anterior). Na mira do indivíduo e não necessariamente para morte instantânea do mesmo, John usa e abusa de suas habilidades para matar os capangas de Abram. Ao pegar o que queria e dar o fora dali, ele pretende ter uma vida sossegada, sem mais mortes (por mais que agora seu cachorro seja da raça Pitbull), mas infelizmente a situação não é bem assim.

Em seguida, John recebe a visita do digamos “vilão” do filme, Santino D’Antonio (na pele do ator Riccardo Scamarcio), alguém do passado de Wick e a quem ele deve um grande favor para ajudá-lo a sair do ramo da matança, a fim de que ele pudesse viver uma vida normal com sua esposa já falecida (Bridget Moynahan). Ao recusar a oferta, ele não quer o estilo de vida, mais, então Santino nem sequer insinua que vai acabar com a vida dele e ainda mais quando menos esperasse. E agora, o que ele deveria fazer? Isso mesmo, para quem pensa que todo aquele alvoroço e assassinatos causados pelo protagonista por conta de apenas um cãozinho e o roubo de um veículo era exagero, saiba que aqui não é exatamente como as coisas funcionam. Sejamos sinceros: o cara só tinha aquilo na vida e aí os bandidos vão lá e destroem? Ficar sentado e lamentando é o que ele não faria de jeito nenhum. O negócio é olho por olho, dente por dente e o interessante é que ao ficar cara a cara com os inimigos, John faz questão de esperar alguns segundos antes de cumprir o que quer. Auxiliado é claro, pelos conselhos do personagem Winston, reprisado agora de maneira mais acertada no enredo por Ian McShane, Wick assume o trabalho para que possa enfim ser libertado para sempre dessa vida que leva. No entanto, caro leitor, você e eu sabemos que isso não será nada fácil. Diria até que o termo “missão impossível” se aplica neste contexto e embora na hora H as coisas não saiam como planejado, a questão do interessante, que mencionei a pouco, é mostrada com John ousando ter um papo reto com a pessoa que deve matar, antes que ocorra qualquer coisa.

Todavia, uma vez que o trabalho é feito, Santino e atreve a trair Wick, colocando uma recompensa internacional pela sua cabeça no valor de sete milhões de dólares, para qualquer alma corajosa que quiser tentar e pegar Wick. Pronto, basta. Este é o ponto forte da fita: abordar o fato de várias pessoas estarem atrás dele, não somente pela quantia de dinheiro, mas porque o protagonista pode estar mais próximo delas do que imaginam. O que posso dizer é que essa cena em particular é uma das mais cômicas, pois no momento que John termina uma das lutas, praticamente qualquer um é suspeito de ter recebido a infame proposta, mas prefiro parar aqui, porque não tenho o prazer de arruinar toda a diversão. O que garanto é que aquela história de que John Wick uma vez matou 3 homens em um bar usando apenas um lápis se torna realidade nesse segundo filme.

Com relação ao elenco, temos novos atores secundários na trama como o de Laurence Fishburne (que independente da breve participação, convence fazendo uma ponta como o excêntrico Bowery King), Ruby Rose (Resident Evil: O Capítulo Final) no papel de uma assassina que apesar de muda, de santa não tem nada e o ator Common, que rende uma das sequências mais frenéticas, cuja qual se passa em um metrô e depois em local público, onde precisam agir de forma mais civilizada possível, o que torna tal instante até engraçado.

Tendo em vista os aspectos observados, John Wick: Um Novo Dia Para Matar é um ótimo filme! Realmente vale o ingresso, uma vez que suas 2 horas passam despercebidas e contam com ótimas faixas eletrônicas instrumentais inseridas novamente na ótima trilha sonora de Tyler Bates e Joel R. Richard. É entretenimento de qualidade, que te faz sair da sala de cinema com aquele “gostinho de quero mais”. Já é de se esperar que o terceiro saia daqui a algum tempo, visto que o terceiro ato deixa isso claro. Portanto, esperemos todos pacientemente e é claro, admirando o astro Keanu Reeves, que mesmo em seus 52 anos, ainda prova possui talento nesta dura profissão. Recomendadíssimo!

Título Original: John Wick: Chapter 2

Direção: Chad Stahelski

Duração: 122 minutos

Nota:

Confira o trailer do filme:

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