Crítica: Homem-Aranha: De Volta ao Lar (2017) | O melhor filme da Marvel?

Em tempos onde tanto os Vingadores quanto os Guardiões da Galáxia imperam o amplo espaço da Marvel, o estúdio resolveu inserir em ‘Capitão América – Guerra Civil’, seu último (e excelente) blockbuster, a aparição de ninguém mais, ninguém menos, que o icônico Spider-Man. Em vista disso, ‘Homem-Aranha: De Volta ao Lar’ chega aos cinemas de todo o Brasil nesta quinta-feira. O longa, distribuído pela Sony Pictures e dirigido por Jon Watts, é estrelado por astros como Tom Holland, Robert Downey Jr., Marisa Tomei, Michael Keaton, e vem com a seguinte pergunta: seria ele o melhor filme da Marvel Studios já feito até hoje? Continue comigo e venha descobrir!

Na história, depois de atuar ao lado dos Vingadores, chegou a hora do pequeno Peter Parker voltar para casa e para a sua vida, já não mais tão normal. Lutando diariamente contra pequenos crimes nas redondezas, ele pensa ter encontrado a missão de sua vida quando o terrível vilão Abutre surge amedrontando a cidade. O problema é que a tarefa não será tão fácil como ele imaginava. À primeira vista, não é à toa que o pensamento de outra reinicialização do Homem-Aranha me fez ficar com um pé atrás, já que este personagem de quadrinhos passou por várias adaptações nos últimos anos.

Entretanto, após conferi-lo, posso dizer que meu ponto de vista mudou com relação ao conceito proposto pelos produtores. Inclusive, fiquei satisfeito e ao mesmo tempo pasmo com a cena final, que por sinal fez eu me sentir empolgado sobre o patamar que o protagonista irá atingir a partir de então. Baseado nisto, é um alívio poder te dizer, caro leitor, que ‘Spider-Man: Homecoming’ prova ser um filme muito bom, dando vida a um novo rumo tomado pelo franquia!

Quem nunca ouviu falar no nome ‘Homem-Aranha’, não é? Seja adulto ou criança, todo mundo certamente conhece a história de Peter Parker, o rapaz que foi picado por uma aranha e desenvolveu superpoderes, cujos quais são responsáveis para que ele passe a enfrentar o mal que paira sobre a cidade (típica) de Nova York. Após a clássica trilogia de Sam Raimi iniciada em 2002 e finalizada em 2007, todos estamos cientes de que o reboot de 2012 estrelado por Andrew Garfield e Emma Stone dividiu opiniões, mesmo que seu sucesso tenha sido tanto que rendeu uma sequência pra lá de controversa. Neste caso, porém, o que se percebe aqui é que Tom Holland (que, aliás, deu uma espichada e tanto desde ‘O Impossível’), é sem dúvidas o Homem-Aranha adolescente que a Marvel estava precisando.

Seja pelo seu senso de humor, quanto por suas dúvidas ou atitudes, o desempenho de Tom como Peter no geral é genial e seu personagem escolhido pelo filme se encaixou muito bem! Contamos com a presença do carismático e atrevido Tony Stark, que é de grande importância para a trama (afinal, ele é o Homem de Ferro, né?). Já Marisa Tomei dispensa comentários no papel da tia May bonitona e rende momentos super engraçados; que atriz maravilhosa! Só creio que Michael Keaton poderia ter sido melhor utilizado na trama como o Abutre e tido melhores motivações para agir como vilão; foi mediano. Aliás, você reparou na semelhança do personagem que Keaton representa relacionando-o com seu último trabalho, o polêmico ‘Birdman’?

Ainda sobre o elenco, personagens secundários como os seus amigos Ned (Jacob Batalon), Liz (Laura Harrier), Flash (Tony Revolori) e Michelle (Zendaya), e demais aparições, como as de Aaron Davis (Donald Glover), Logan Marshall-Green (Jackson Brice/1º Shocker), Herman Schultz (Bokeem Woodbine/2º Shocker) e Happy Hogan (Jon Favreau) também não ficam devendo no quesito exploração do lado humano que o roteiro generaliza. Tanto que o dito “reinício” que a história ganha, faz com que a mesma te envolva do início ao fim. Não deixo de destacar a breve participação de Gwyneth Paltrow como Pepper Potts e, sobretudo, o cômico Stan Lee, que sempre chama a nossa atenção roubando a cena na maior parte dos filmes da Marvel (vide ‘Quarteto Fantástico’, ‘X-Men’ e ‘Deadpool’).

Posto que o jovem ator tem talento para o ofício, o espectador também recebe a melhor encarnação do super-herói, que entrega em sua performance uma jogada espirituosa cheia de energia jovem e entusiasmo ilimitado, o que só demonstra como o astro tem talento para o ofício! Creio que da mesma forma que Jacob Tremblay se revelou um prodígio desde dramas até terrores, Tom Holland há de se tornar a “sensação do momento”, pois seu espírito em cena é tão contagioso, que torna o processo da fita infinitamente divertido aos telespectadores. Além disso, um fato interessante a ressaltar é que o diretor Jon Watts e os roteiristas evitaram lançar a história de origem de Peter Parker da maneira que ‘O Espetacular Homem-Aranha’ fez, indo, por sua vez, direto ao ponto com a trama.

Com várias cenas de ação frenéticas (meio difíceis de distinguir o que está acontecendo, só que sem atrapalhar muito a qualidade do CGI) o filme brinda o público com uma surpresa após a outra. Justamente quando você acha que sabe como as coisas irão se desenrolar, o roteiro vira do avesso de um jeito que você não espera e à medida que os conflitos vão se intensificando, a película torna-se cada vez mais interessante. Sob este aspecto, outro ponto positivo é a deslumbrante trilha sonora de Michael Giacchino, cujas faixas se encaixam perfeitamente com a atmosfera da vizinhança do Queens, em Nova York, local em que o filme se passa.

Ademais, no que diz respeito a tentativa de criar um universo 100% interligado com o cenário de ‘Os Vingadores’, ele talvez tenha deixado dúvidas nas primeiras impressões, visto que o trailer entregou praticamente o filme todo, no entanto o cineasta soube velar os eventos mais inesperados sucedidos ao longo de suas 2 horas. Inclusive, a atmosfera possui tanto piadas quanto referências boas aos antigos filmes do cabeça de teia. É aquele entretenimento de qualidade proporcionado pela Marvel, que, felizmente, termina por ser um dos enredos mais completos feitos sobre o Homem-Aranha. Entretanto, isso não significa necessariamente que o considero o melhor filme da Marvel! Pode até estar entre os melhores. Contudo, do meu ponto de vista, ‘Capitão América – Guerra Civil’ continua sendo o maioral. Por fim, destaco o plot twist genial, que pegará todo mundo de surpresa no final! Logo, recomendo a todos que curtem uma bela aventura, que assistam em IMAX, pois a experiência seria ainda mais satisfatória e a obra há de fazer o sucesso certo. Uma ótima pedida para o seu fim de semana!

(Obs.: existem duas cenas pós-créditos, e para ambas vale a pena esperar sentado até que elas cheguem. A segunda não causará a mesma reação que a primeira, mas vai por mim, aguarde e você verá!)

Título Original: Spider-Man: Homecoming
Direção: Jon Watts
Duração: 133 minutos
Nota:

Assista ao trailer abaixo:

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2 Comments

  • Dear Ben 10.

    Gostei da crítica madura, mas com comentários totalmente inesperados. “Capitão América – Guerra Civil’, seu último (e excelente) blockbuster” ou ” ‘Capitão América – Guerra Civil’ continua sendo o maioral. ” Tá Marvete demais até para mim KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

    • Ótima crítica, Ben. Há pontos em que discordo de você, mas vou deixar isso para minha análise do filme. Talvez discutamos as divergências em um provável podcast, mas são apenas visões diferentes sobre uma mesma obra.
      No mais, gostei da sua escrita fluente. Quanto ao Soldado Invernal, vejo-o como uma obra mais madura, com um tom sombrio (bem próximo de BvS) e que o coloca em outro nível quando comparado a Homecoming.
      Grande abraço e parabéns pela análise concisa e coerente.

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