Crítica: A Cabana (2017) | A adaptação de um fenômeno religioso mundial.

Quem nunca passou por momentos de tristeza na vida, não é? Seja uma tragédia familiar ou até mesmo individual, são nessas horas que enquanto alguns culpam a si mesmos ou até a Deus, outros procuram entender o motivo pelo qual tal infâmia ocorreu, buscando através da fé no Grande Eu Sou, a resposta para a cura, tanto pessoal quanto espiritual. Em A Cabana, novo filme de Stuart Hazeldine, somos introduzidos na vida de Mackenzie Allen Phillips e conduzidos a uma jornada que trata justamente sobre este assunto: a superação de um infortúnio na vida de um homem qualquer, que por meio de um encontro com o Pai Celestial, teve sua existência mudada para sempre. O longa, baseado no livro de William P. Young, estreia essa semana nos cinemas de todo o Brasil e só de ver o trailer, já foi possível ter uma noção de que coisa boa vem aí. O NoSet já conferiu e traz uma matéria especial voltada a esta grande produção que promete encantar o público!

Na trama, temos uma história que nos leva à viagem de elevação espiritual de um pai. Depois de sofrer uma tragédia familiar, Mack Phillips entra em uma depressão profunda, que o faz questionar suas crenças mais íntimas. Enfrentando uma crise de fé, ele recebe uma carta misteriosa que o convida a ir até uma cabana abandonada no coração de uma floresta do Oregon. Apesar de suas dúvidas, Mack viaja até a cabana e encontra um trio enigmático de estranhos liderados por uma mulher chamada Papai. Por meio deste encontro, Mack descobre importantes verdades que transformação sua compreensão de sua tragédia e mudarão sua vida para sempre. Primeiramente, vale ressaltar os aspectos mais básicos: este foi um filme baseado no romance de fenomenal sucesso, do autor William P. Young (o mesmo de A Travessia), que em sua estreia, permaneceu na lista de Best-Sellers no New York Times em 1º lugar por mais de 1 ano e 6 meses. As críticas positivas e apaixonadas logo propeliram o livro até as mãos de leitores do grande mercado, os as suas vendas ultrapassaram a marca de 22 milhões de exemplares vendidos, tirando o fato de que atualmente ele está publicado em 40 idiomas diferentes.

Admito que ainda não li o livro (apesar de ser o próximo da minha lista), mas confesso que o enredo da fita foi profundamente inspirador, pois trata em particular sobre a força do espírito humano em meio a uma perda inimaginável (pasmem, quem já passou por isso irá se identificar ainda mais), quando um pai de luto enfrenta a mais difícil decisão de sua vida – perdoar o imperdoável. De acordo com o produtor, Gil Netter, o impacto que o livro causou era tão grande, mas tão grande, que milhares de pessoas além de quererem participar do projeto, tinham seus próprios motivos particulares, e isso foi algo incrível. Aliás, o elemento-chave para fazer dele um filme genuinamente hollywoodiano, consoante os responsáveis pela realização, era escalar um elenco perfeito que entendesse e se identificasse com o material abordado, mas que também tivesse disposição para se abrir e explorar as profundas e comoventes mensagens.

Não obstante, essa escolha tomou forma em um elenco excepcional que inclui o ator Sam Worthington (Apenas uma Noite), que de longe, teve uma de suas performances mais convincentes, a vencedora do Oscar Octavia Spencer (por Histórias Cruzadas) em uma atuação sensacional como Papai/Deus (já até prevejo a enxurrada de comentários negativos para a figurante que ela representa, o Pai Celestial), a linda Radha Mitchell (Terror em Silent Hill) no papel da mãe de Missy, o vencedor do Prêmio Grammy, Tim McGraw (Um Sonho Possível) como Willie, vizinho e amigo de Mack, e Alice Braga, ótima como sempre e que, embora tenha tido uma breve aparição, estava fantástica dando vida a bela personagem Sabedoria. Juntamente com estreantes no cinema, Sumire (como Sarayu, o Espírito Santo) e Avraham Aviv Alush, interpretando o Filho, Jesus. Notaram como a trindade (o Pai, o Filho e o Espírito Santo) aqui se forma?

Enfatizando Alice Braga (Elysium), a atriz brasileira declarou que já havia ouvido falar do livro por meio de amigos e estava curiosa para ver como o roteiro abordaria o material sem pontificar ou ser exageradamente religioso. “Interpreto a Sabedoria… adoro falar isso porque nunca tive o papel de uma personagem como ela”, Alice revela. “Estava realmente interessada em ver como você pode falar de julgamento e de Deus sem que pareça um sermão. A Sophia é realista e se conecta com o Mack de uma maneira muito humana, ela está tentando levá-lo para um lugar de compreensão para que ele consiga se desencarcerar e ficar livre, no sentido de abrir mão do passado – e para que entenda que a vida segue, mesmo quando você sofre uma perda terrível”. Completando o elenco, há um grupo impressionante de jovens talentos: Gage Munroe (Josh), Megan Charpentier (Kate) e a estreante de oito anos de idade Amelie Eve (Missy). Tanto com atores renomados quanto novos rostos que os produtores encontraram em Tel Aviv e Tóquio, contamos ainda com uma trilha sonora poderosa, que inclui o excelente single Keep Your Eyes On Me, interpretado por Tim McGraw e sua esposa, Faith Hill; faixa que serve de tema do filme e pode ser ouvida junto do trailer. Foi a primeira música de coautoria do casal. No entanto, temos também bandas célebres, como por exemplo, for KING & COUNTRY, Lecrae, NEEDTOBREATHE, Francesca Battistelli, Lady Antebellum e Hillsong United.

Outrossim, com uma duração que passa um pouco de 2 horas, o interessante também é que a narrativa não foi cansativa. Justo pelo contrário, o filme demonstrou isso de forma simples e bela. Com relação à fotografia, ela está deslumbrante! Ocorreu durante 37 dias e levou ambas as equipes e elenco a algumas das locações mais espetaculares, senão remotas, ao redor da região da grande Vancouver, Columbia Britânica. A Cabana está longe de ser horrível – como muitos religiosos aposto que irão divulgar; eu pessoalmente percebi que apesar do desenvolvimento meio lento (não significa que a narração tenha pecado nesse aspecto) e alguns erros teológicos (não há uma concepção deveras oculta, porém confiram, pois assim vocês saberão do que estou falando, não convém citá-los aqui), o filme nos faz parar pra pensar e refletir em muitas questões, descrevendo relatos encorajadores. Como diz o velho ditado: todo mundo já passou por algo que nos modificou de tal modo que não foi mais possível ser a pessoa que éramos antes. Esta não poderia deixar de ser a mais pura verdade. Portanto, indico-o com certeza!

Título Original: The Shack
Direção: Stuart Hazeldine
Duração: 132 minutos
Nota:

Confira o trailer a seguir:

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1 Comment

  • Li o livro assim que foi lançado aqui e muito lindo espero o mesmo do filme as colocações sobre vida e morte são primorosas sucesso para o filme.

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