Crítica: Além da Morte | Prova que mistura de gêneros cinematográficos nem sempre funciona

Por se tratar de um remake de Linha Mortal (Flatliners, 1990). Além da Morte já encontra um dificuldade em agradar aqueles que já assistiram e gostam do original – o que é um desafio quando falamos de remakes de modo geral – e cativar o publico na atualidade, uma vez que ele pode aproveitar mais de recursos tecnológicos e efeitos especiais. O longa-metragem conta a história de um grupo de estudantes de medicina, que resolvem fazer uma experiência entre eles, onde ambos “morrem” e voltam, para descobrirem o que acontece após a morte, comprovar e registrar que o cérebro permanece em atividade. Porém, o que eles não esperavam era serem perseguidos por seus fantasmas do passado e agora eles precisam dar um jeito nisso.

Para aqueles que acham que vão assistir um terror, não percam seu tempo ou simplesmente tirem essa ideia da cabeça. Pois, o que o Diretor Niels Arden Oplev (Os homens que não amavam as mulheres, 2006) vem apresentar ao expectador é uma história que parte do principio de ser ficção cientifica, perpassa pelo suspense e então transformasse em um drama. Ele literalmente brinca com os gêneros do filme, o que de certa forma deixa quem está assistindo com preguiça porque você perde um tempo até compreender isso tudo. O Roteiro fica por conta de Ben Ripley (Contra o Tempo, 2011) junto ao diretor poderiam ter aprofundado mais em um único gênero, para quem sabe assim tornar a história mais aprofundada e interessante.

Profundidade foi o que faltou nos personagens, considerando que são atores conhecidos por fazerem bons trabalhos, como: Ellen Page (A Origem),Nina Dobrev (The Vampire Diaries), Diego Luna (Rogue One Uma História Star Wars), James Norton (Rush – No limite da Emoção) e Kiersey Clemons (Dope – Deslize perigoso). São, respectivamente, Courtney que carrega a culpa da morte da irmã em um acidente de carro, Marlo por um descuido acabou deixando um paciente morrer, Ray o único com o histórico limpo, Jamie abandonou uma mulher grávida e Sophia que vazou fotos de uma colega de escola por ser mais inteligente que ela. De duas opções: eles poderiam ter aprofundado mais esses dramas pessoais de cada personagem ou então nem coloca-los, transformar em terror ou tentar transformar, não funcionou bem.

Outro ponto que tornou o filme de certa forma supérfluo e os personagens “bobos” foi o fato de conforme cada um deles vão passando pelo experimento, que tecnicamente deveria ser algo sério, tornasse uma experiência alucinógena para eles, como uma droga com efeitos colaterais que amplia suas habilidades cerebrais e sensoriais e a cada experiência bem sucedida eles bebem, se pegam e você se questiona se não está assistindo alguma comédia adolescente estilo Projeto X.

Na parte técnica, não há muito o que falar, provavelmente eles desenvolveriam mais efeitos especiais se o foco do filme fosse a experiência e o gênero ficção cientifica. Mas, seu desenrolar está mais nas cenas de suspenses, tensão e toda essa loucura que os jovens estudantes de medicina acabam embarcando. Vale ressaltar a trilha sonora, bem colocada e com destaque para ‘Claire de Lune’ de Debussy, tem papel especial e sentimental no filme.

No mais, o filme pode até ser um passatempo se você assistir de forma despretensiosa, como foi dito antes, não é um terror, como o trailler e talvez boa parte da divulgação passe. Como também não é uma ficção ciêntifica como a história e o perfil podem supor, mas sim uma mistura dos dois e com o acréscimo do drama. Tudo isso nas suas longas uma hora e quarenta e nove minutos, deixa o expectador com preguiça e entendiado, ainda mais com personagens pouco aprofundados e aproveitados, considerando que é um bom elenco.

Nota: 5,5/10 

Título Original: Flatliners

Direção: Niels Arden Oplev

Elenco: Ellen Page, Diego Luna, Nina Dobrev, James Norton, Kiersey Clemons, Kierfer Shutherland, Beau Mirchoff, Tyler Hynes

Sinopse: Na esperança de fazer algumas descobertas, estudantes de medicina começam a explorar o reino das experiências de quase morte. Cada um deles passa pela experiência de ter o coração parado e depois revivido. Eles passam a ter visões em flash, como pesadelos da infância, e a refletir sobre pecados que cometeram. Os experimentos se intensificam, e eles passam a serem afetados fisicamente por suas visões enquanto tentam achar uma cura para a morte.

Trailler

 

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