Zumbilândia: Atire Duas Vezes (Crítica)

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Contextualizando: 10 anos atrás, aos 15 anos de idade, eu descobria um cinema completamente diferente daquele proporcionado pra mim até então. Era a época do mega upload e das legenda no bs.player. Dentre todas as grandes boas descobertas por um recém adolescente (Donnie Darko, O Fabuloso Destino de Amélie Poulain e Clube da Luta), uma obra de comédia com zumbis se destacou…. Fido, de 2006; onde os zumbis são animais de estimação, mas, Zumbilândia foi um filme legal, na época, um filme nota 9.

A cena da morte de Bill Murray é feita com tanta maestria que decidiram fazer uma continuação da história por causa dela. Obviamente tenho plena noção que Zumbilândia 2 não se trata de exatamente deste ponto da história, mas afirmo que decidiram fazer uma continuação só por conta da repercussão dessa cena, que perdurou por dez anos. 

Se a gente for falar sobre filmes que não deveriam ter sequência, mas tiveram, o último que tenho lembrança é  T2 – Trainspotting (2017), que me trouxe uma ótima experiência, apesar de não ser inesquecível como o primeiro. E foi com isso em mente que cheguei até a sala de Zumbilândia 2: Atire duas vezes. 

No começo até parece uma boa sequência: tem uma introdução inteligente com Eisenberg agradecendo ao público por estar assistindo a continuação, apesar das tantas opções de  narrativas com zumbi que temos hoje em dia. Esse agradecimento é arrematado com uma sequência de piadas acertadas que fizeram o público gargalhar e reviver a genialidade gráfica de letterings estilizados do primeiro filme.

Porém, seus acertos não continuam ao decorrer do filme. Em certo momento, o filme se esquece da auto inferência, o estilo das letras interagindo com o cenário torna-se cansativo e as piadas não param em nenhum momento tornando-se muito menos inventiva e vai degringolando para uma “galhofagem” no decorrer da história.  

Se no primeiro Zumbilândia nos deleitamos com a criação das regras de sobrevivência, aqui essa criatividade se limita a umas duas ou três sequências. O filme faz rir sim, mas pela quantidade absurda de piadas, não pela qualidade. E é tanta piada que para a narrativa sobram apenas poucos espaços entre os stand-ups, fazendo com que não nos apeguemos mais aos personagens além do que o filme de dez anos atrás já propiciou.

As atuações também atrapalham nessa aproximação com os personagens, já que os atores decolaram suas carreiras e atingiram grande sucesso nos 10 anos entre as sequências (com exceção de Abigail Breslin, que era uma promissora atriz mirim e que atualmente faz poucos e irrelevantes projetos) e parecem não estar mais no clima de Zumbilândia. 

Principalmente Woody Harrelson, que, como Bill Murray faz há tempos na sua carreira, traz uma caricatura de si mesmo para as telas, fazendo o personagem dele (o mais carismático no primeiro) se tornar a coisa mais chata por aqui. Emma Stone e Jesse Eisenberg não entregam nada memorável, mas vez ou outra colocam algumas gadgets de humor que apenas grandes atores conseguem fazer com naturalidade. A única atuação que traz algo interessante aqui é a de Zoey Deutch (Antes que eu Vá) que faz uma ótima personagem e consegue entregar algo fora do enfadonho. A moça ganha tanto destaque que o roteiro do filme opta colocá-la num papel de destaque dentro do grupo, mesmo que não faça o menor sentido, apesar de alguns bons momentos no segundo ato. 

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Zumbilândia (o um) é um filme assumidamente bobo que se garante em suas originalidades narrativas, tornando-se uma genial comédia de zumbis. Já este aqui, Zumbilândia 2, é apenas um filme boboca com uma cena final muito desagradável. 

Nota 4 de 10

 

Trailer

Sinopse: Columbus, Tallahassee, Wichita e Little Rock  irão da Casa Branca para o coração da América, enfrentando novos tipos de zumbis que evoluíram desde que o tempo se passou, bem como alguns novos sobreviventes humanos. Mas, acima de tudo, eles têm que enfrentar as dores crescentes de sua própria família sarcástica e improvisada.

Direção: Ruben Fleischer

Elenco: Jesse Eisenberg, Emma Stone, Woody Harrelson, Abigail Breslin e Zoey Deutch

Duração: 99 minutos

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