Vitrine Filmes anuncia a estreia de ‘Corpo Elétrico’ para 17 de agosto.

CORPO ELÉTRICO, de Marcelo Caetano, acompanha Elias, um jovem que tenta equilibrar seu cotidiano entre o trabalho em uma fábrica de vestuários e encontros casuais com outros homens. Em cada cama que Elias se deita um universo se abre a partir das narrativas contadas pelos personagens. São corpos enlaçados que se acariciam, vozes que falam baixo e suavemente, amantes que relatam encontros, aventuras sexuais, sonhos. “Meu desejo era falar de formas de amar mais livres e generosas, distante do amor romântico e seus conflitos já tão manjados”, diz o diretor.

Elias ama de forma leve e solar. Ele tem 23 anos é gay e nordestino. Usa cada encontro para moldar um pouco sua personalidade se tornando uma espécie de prisma humano, capturando tudo que pode de seus parceiros. Ele transita entre o masculino e o feminino, pode ser o trabalhador empenhado, mas também um anarquista debochado. Dessa forma, CORPO ELÉTRICO questiona também os lugares socialmente estabelecidos para gays, negros, mestiços, migrantes, operários.

O casting foi uma das partes essenciais para a construção de CORPO ELÉTRICO. Marcelo Caetano foi produtor de elenco de um dos filmes mais aclamados do ano passado, Aquarius de Kleber Mendonça Filho, além de ter colaborado como assistente de direção de Gabriel Mascaro em Boi Neon, Hilton Lacerda em Tatuagem e Anna Muylaert em Mãe só há uma. Sobre a escolha dos atores, ele diz: “Não procuro atores capazes de construir personagens, mas atores disponíveis para viver as situações propostas. Muitas vezes eles devem compartilhar de algumas histórias biográficas.”.

Sobre a escolha dos atores, Marcelo completa: “O elenco de Corpo Elétrico foi composto por atores que trabalharam nos meus curtas (Márcia Pantera e Ronaldo Serruya), aqueles que conheci fazendo assistência de direção em filmes como Tatuagem (Nash Laila e Georgina Castro), Mãe só há uma (Dani Nefussi e Teka Romualdo), gente que vejo em festas e até na rua (Linn da Quebrada e Kiara de Paula) e os demais encontrei em um dos milhares testes de elenco que realizei para filmes de outros diretores. Conheci o protagonista Kelner Macedo em um teste para o filme Aquarius, ele não se encaixava muito no perfil buscado pelo Kleber, mas desde que eu bati o olho nele pensei “esse cara está vivo, muito vivo, seu corpo está pulsando”. E daí foram meses de conversas sobre o filme, até decidirmos trazê-lo para São Paulo.”

CORPO ELÉTRICO é dirigido Marcelo Caetano, que escreveu o roteiro do filme junto com Gabriel Domingues e colaboração de Hilton Lacerda. O filme começou sua carreira no Rotterdam Film Festival na Holanda e participou de importantes festivais como o de Guadalajara no México, onde recebeu o Prêmio Maguey, Festival de Hong Kong, Off Camera, Krakow na Polônia, BFI Flare em Londres, Outfest de Los Angeles, entre outros 10 festivais anunciados até agora e mais 5 para anunciar em breve.

Palavras do diretor:

Corpo Elétrico é um romance de formação. Elias chega na fase adulta com muita dificuldade em balancear o mundo dos prazeres e o mundo do trabalho. Na verdade, ele apresenta resistência a viver determinados conflitos por não acreditar no valor que o sucesso profissional e a felicidade conjugal tem em nossa sociedade. É preciso amadurecer em uma outra chave. Buscar uma virada afetiva. Neste sentido, amo filmar os encontros. E os amo quanto mais improváveis eles são. Talvez essa seja a faceta política mais proeminente do filme, resistir à intolerância construindo elos entre pessoas socialmente distantes. Não os julgar. Nunca os julgar.

O filme tem influência do poema “Eu canto o Corpo Elétrico” de Walt Whitman, em que o autor americano celebra a beleza dos corpos, independente da idade, gênero, cor e forma. A escolha da palavra e a força da narração são estruturais no meu processo de falar desses corpos, desse grupo de pessoas. Elias é meu porta-voz: como a Sherazade de Mil e uma Noites, ele narra suas aventuras como se quisesse, pela sedução do relato, adiar o fim de sua juventude.

Marcelo Caetano

SOBRE O DIRETOR

Marcelo Caetano nasceu em Belo Horizonte em 1982. Ele dirigiu os curtas “Bailão” (2009), “Na sua companhia” (2011), “Verona” (2013) e “Blasfêmea” (2017) co-dirigido com Linn da Quebrada, exibidos em importantes festivais como Rotterdam, Clermont-Ferrand, Indie Lisboa, Huesca, Montreal; vencedores do prêmio de melhor curta nos Festivais de Belo Horizonte, Mix Brasil, Janela de Cinema de Recife, Libercine (Argentina) entre outros. Corpo Elétrico é seu primeiro longa-metragem. Foi co-roteirista e assistente de direção de “Mãe Só Há Uma” (2016/Anna Muylaert, prêmio Männer no Festival de Berlim); assistente de direção e ator de “Boi Neon” (2015/Gabriel Mascaro, prêmio do júri na mostra Orizzonti do Festival de Veneza), produtor de elenco de “Aquarius” (2016/Kleber Mendonça Filho, seleção oficial de Cannes), diretor assistente de “Tatuagem” de Hilton Lacerda. Seu próximo longa, “Baby” foi contemplado pelo Hubert Bals Fund de desenvolvimento de roteiro.

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