Robocop: De Paul Verhoeven e Frank Miller a Jose Padilha (1987/2014):

Salve Nosetmaniacos, eu sou o Marcelo Moura e hoje falamos de uma clássica obra de ficção que sobreviveu ao tempo cultuado por fãs, se tornou personagem de HQs e animações, até que finalmente teve um reboot em 2014.

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RoboCop – O Policial do Futuro (1987):

Do visionário diretor Paul Verhoeven,  RoboCop é um filme americano de ação e ficção científica, realizado pelo próprio Paul Verhoeven, escrito por Edward Neumeier e Michael Miner, elenco Peter Weller, Nancy Allen, Dan O’Herlihy, Kurtwood Smith, Miguel Ferrer e Ronny Cox. RoboCop inclui temas sobre os media, corrupção, autoritarismo, ganância, privatização, capitalismo, identidade, distopia, gentrificação e natureza humana. Foi muito bem recebido pela critica e foi considerado como um dos melhores filmes de 1987, resultando numa franquia que inclui vários produtos, duas sequelas, uma série de televisão, duas séries de animação, uma minissérie televisiva, videojogos e várias adaptações desenho animado. Foi produzido com um orçamento modesto de US$13 milhões e conseguindo gerar um lucro de mais de US$53 milhões.

Sinopse: Alguns anos no futuro, Detroit, no estado de Michigan, é quase uma distopia à beira do colapso devido à ruína financeira e à criminalidade descontrolada. Para escapar ao colapso, o presidente da câmara da cidade assinou um acordo com a megacorporação Omni Consumer Products (OCP), dando-lhes o controle das forças policiais arruinadas, em troca de permitir à OCP demolir as seções degradadas de Detroit e construir uma cidade utópica, a “Delta City”, uma cidade-estado independente gerida pela corporação. Este movimento irrita os policias, agora sobre ordens da OCP, que ameaçam fazer uma greve, mas a OCP começa a avaliar outras opções para a aplicação da lei. O número 2 da OCP, Dick Jones, oferece o androide ED-209. Mas o robô, por uma simples má interpretação, mata um membro do conselho durante a demonstração. O presidente da OCP, “O Velho”, decide então que o projeto experimental de nome “RoboCop” seja o escolhido, como sugerido pelo jovem Bob Morton, enfurecendo Jones. No entanto, é necessário um policial recém-falecido para o protótipo RoboCop. Com isso em mente, a OCP atribui tarefas aos policias para as zonas mais violentas da cidade, à espera que algum morresse no cumprimento do dever. Um desses oficiais é Alex J. Murphy, que é parceiro de Anne Lewis. Na sua primeira patrulha juntos, ambos perseguem um grupo liderado pelo cruel Clarence Boddicker, que acabara de assaltar um banco, seguindo-os para uma fábrica de siderurgia abandonada. Quando Murphy e Lewis são separados, Murphy é torturado e morto por Boddicker e seu grupo.

Crítica: Em uma época carente demais de efeitos especiais, Robocop foi aquele tipo de filme que marcou época, principalmente por causa dos seus efeitos visuais, sua linguagem social extremamente violenta e o apelo de homem VS máquina. Apesar do roteiro pouco explorar o drama familiar do policial Murphy ou das dificuldades da aceitação da transformação deste em um Frankstein moderno, o filme se baseia mais no desejo do policial Alex de lutar por sua humanidade, assim como de uma sociedade manipulável e corruptiva moderna de sobrepujar a antiga, quase a lei do mais forte, Murphy vai contra a vontade de seus criadores e líderes políticos da época que o veem todos uma máquina programada para apenas para obedecer. O filme foi um sucesso de bilheteria e transformou Robocop em um símbolo da época da luta contra a tirania capitalista, fazendo até propaganda de jeans em comercial brasileiro. Ok, o exemplo é ruim, mas nem todos entendiam o correto movimento social apresentado pelo filme e com isso o mito do herói se perde no apelo do marketing e das vendas. Lembro-me de ler na época que o ator Peter Weller saia todo machucado da armadura e com muitas dores pelo corpo, principalmente pela dificuldade de colocá-lo dentro dela. O mega diretor Paul Verhoeven tem nada menos no seu currículo que filmes como Instinto Selvagem, O Vingador do Futuro e Starship Troopers. O cara conhece tudo de sociedade moderna e sabe trabalhar isso muito bem nos seus filmes, fazendo seu Robocop uma crítica social contra a mídia e a manipulação de informações das grandes empresas.

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RoboCop 2 (1990):

Direção Irvin Kershner, roteiro Walon Green e Frank Miller, elenco Peter Weller, Nancy Allen, Thomas Rosales Jr. e Mario Machado.

Sinopse: Um ano depois da implantação bem-sucedida da unidade de aplicação da lei Robocop, a OCP vê seu objetivo de pacificação urbana e criação de uma nova cidade cada vez mais próximo. Entretanto uma nova rede de narcótico surge, a droga conhecida como “Nuke” invade as ruas, os traficantes obedecem um líder religioso chamado Cain, que lidera diversas gangues que vendem a nova droga por toda Detroit. Conforme a ameaça cresce Robocop acaba tendo problemas ao defrontar sozinho a poderosíssima quadrilha. A OCP tenta recriar um novo Robocop 2 com o sucesso da primeira unidade, mas todos os protótipos acabam falhando … até que o Dra. Faxx, uma cientista acaba impondo um novo projeto de transformar psicóticos dependentes em máquinas obedientes. Ela usa Cain o Líder da quadrilha de Nuke que estava hospitalizado com cérebro principal do Robocop 2, começa assim uma terrível batalha entre Robocop e seu novo inimigo.2

Crítica: Com o retorno do marketing e vendas do marchandisnd]g do Robocop, é claro que alguma mudança teria que acontecer no personagem, já que no primeiro filme o Bad boy e quase anti-herói Robo Murphy Cop não seguia bem as regras. Com um orçamento quase três vezes mais caro que seu original, em US$ 35 milhões, Robocop 2, peca terrivelmente no seu roteiro por causa desta transformação de anti herói para símbolo social, ao transformar um filme de ficção e crítica social em um filme de herói em quadrinhos e policial Murphy em algo mais leve e suave, tirando quase todo o peso da transformação do policial em um Franskstein moderno em uma sociedade destrutiva. Não há quase mais uma sociedade distópica e corrupção policial  Talvez esta nova visão do personagem venha justamente da influência do quadrinista Frank Miller e seu envolvimento no roteiro, optando por um Robocop mais heroico e menos Sheakspiriano. O também bom diretor Irvin Kershner , de filmes como Star Wars e 007, não tem a manha que seu antecessor Paul Verhoeven em trabalhar com pseudo e marginalizzado heróis, para contar uma história com viradas e intrigas sociais. O resultado é um filme reto, inferior ao seu antecessor e muito pouco lucrativo, com seus US$ 45 milhões em bilheteria mundial.

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RoboCop 3 (1993):

Direção Fred Dekker, roteiro Frank Miller e Fred Dekker, elenco Robert John Burke, Nancy Allen, Rip Torn, John Castle e Jill Hennessy.

Sinopse: A corporação OCP é vendida para uma Organização Japonesa que planeja transformar um de seus bairros em um novo empreendimento Delta City, para isso devem expulsar os moradores para que comecem a construção. A OCP cria a Reabilitação , uma nova força policial destinada a evacuação das casas, muitos moradores se revoltam para defenderem seus lares e se levantam contra a OCP, eles são denominados rebeldes. Um campo de batalha está formado, Robocop tenta ajudar os moradores mais vê sua parceira Anne Lewis sendo morta pelo Comandante dos policiais da Reabilitação. Começa então uma luta terrível entra o policial do futuro, a polícia de Detroit e os moradores contra a OCP , a Reabilitação e os Androides Japoneses enviados para destruir o Robocop. Nessa batalha sem tréguas Robocop renasce das cinzas para acabar com os planos da OCP e seus aliados.

Crítica: Quanto até o ator principal, Peter Weller, não renova e você entra no terceiro e pior diretor da franquia, é hora de repensar o que você quer fazer daqui para frente. Com novamente Miller no comando do roteiro, Robocop 3 é muito ruim, simplesmente porque esquece quase tudo que se aprendeu no primeiro filme e repete, de forma mais forte os erros do segundo filme, pensando em vender bonecos, lancheiras e comerciais. O mediano diretor Fred Dekker só teve de sucesso em sua carreira que foi A Casa do Espanto e mais alguns filmes de terror em seu currículo para pegar uma franquia que deveria ser mais profunda, com crimes sociais e empresarias, com uma mídia manipuladora e uma polícia extremamente corrupta para terminar nisso. Com um orçamento mediano de US$ 22 milhões, o público não perdoou e a receita ficou em US$ 10 milhões, encerrando a franquia no cinema por mais de 20 anos.

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RoboCop (Seriado de televisão – 1994):

Autor: William Gray, emissoras originais: Fox Broadcasting Company, CTV Television Network, elenco Richard Eden, Blu Mankuma e Andrea Roth.

Sinopse: Alguns anos no futuro, Detroit, no estado de Michigan, é quase uma distopia à beira do colapso devido à ruína financeira e à criminalidade descontrolada. Para escapar ao colapso, o presidente da câmara da cidade assinou um acordo com a megacorporação Omni Consumer Products (OCP), dando-lhes o controle das forças policiais arruinadas, em troca de permitir à OCP demolir as seções degradadas de Detroit e construir uma cidade utópica, a “Delta City”, uma cidade-estado independente gerida pela corporação. Este movimento irrita os policias, agora sobre ordens da OCP, que ameaçam fazer uma greve, mas a OCP começa a avaliar outras opções para a aplicação da lei. O número 2 da OCP, Dick Jones, oferece o androide ED-209. Mas o robô, por uma simples má interpretação, mata um membro do conselho durante a demonstração. O presidente da OCP, “O Velho”, decide então que o projeto experimental de nome “RoboCop” seja o escolhido, como sugerido pelo jovem Bob Morton, enfurecendo Jones. No entanto, é necessário um policial recém-falecido para o protótipo RoboCop. Com isso em mente, a OCP atribui tarefas aos policias para as zonas mais violentas da cidade, à espera que algum morresse no cumprimento do dever. Um desses oficiais é Alex J. Murphy, que é parceiro de Anne Lewis. Na sua primeira patrulha juntos, ambos perseguem um grupo liderado pelo cruel Clarence Boddicker, que acabara de assaltar um banco, seguindo-os para uma fábrica de siderurgia abandonada. Quando Murphy e Lewis são separados, Murphy é torturado e morto por Boddicker e seu grupo.

Crítica: Com 44 capítulos ou duas temporadas, Robocop a Série de TV trouxe as histórias de Alex Murphy para a telinha. Bem produzido, interessante, mas só.

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RoboCop (2014):

Direção José Padilha, roteiro Joshua Zetumer, baseado em personagens de Edward Neumeier e Michael Miner, elenco Joel Kinnaman, Gary Oldman, Michael Keaton, Samuel L. Jackson, Abbie Cornish, Jackie Earle Haley, Michael K. Williams, Jennifer Ehle e Jay Baruchel. RoboCop é um filme de ficção científica e ação estadunidense , dirigido por José Padilha. É o quarto filme da franquia RoboCop, agindo como um reboot e vagamente um remake do primeiro filme de 1987.

Sinopse: No ano de 2028, o conglomerado multinacional OmniCorp é o centro da tecnologia robótica. Seus drones (aviões teleguiados e robôs terrestres armados) estão vencendo as guerras norte-americanas ao redor do mundo e agora eles querem levar essa tecnologia para casa. Mas uma lei impede o uso de drones em território americano. Então o CEO Raymond Sellars pede ao cientista Dr. Dennet Norton que crie um ciborgue, alguém que o público possa gostar e com isso melhorar a imagem das máquinas bélicas. O doutor passa a escolher os candidatos até que Alex Murphy, um marido e pai amoroso e bom policial, fazendo o seu melhor para conter a onda de criminalidade e corrupção em Detroit é gravemente ferido numa explosão armada pelo traficante Antoine Vallon com ajuda de policiais corruptos. Alex é reconstruído e retorna às ruas da sua amada cidade com incríveis novas habilidades, mas com questões que um homem comum nunca precisou enfrentar.

Crítica: Mais focado na família e menos no parceiro de polícia, Robocop versão Padilha é uma imensa crítica social e o melhor que já vi de um filme pseudo brasileiro de ficção científica. Tudo bem, raros são os filmes de ficção nacionais e mais raros ainda com este orçamento, elenco e tecnologia, mas é bom pensarmos que somos capazes de algo assim e não fazemos por mera falta de vontade de se ganhar dinheiro, preferimos o cinema cabeça ou o cinema de humor chulo patrocinado pelo governo (estou sendo amargo, percebeu?).  Infelizmente o filme tem seus altos e baixos e perde muito da velocidade do seu roteiro para dar mais foco em atuações como de Gary Oldman, Michael Keaton e Samuel L. Jackson, que estão extraordinariamente teatrais, roubando toda ação do filme e deixando Robocop em segundo plano. Principalmente Jackson que dá uma aula de teatralidade com seu personagem jornalístico extremamente manipulador que usa a mídia, transformando a informação em material político a favor de seu candidato. Com essa salada cultural e um orçamento caríssimo de US$ 120 milhões, o filme não atingiu o que se espera de um filme de ficção, mas também não decepcionou ficando na casa dos US$ 242 milhões.

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