Pra que tanto esforço? – “Ataque a Bushwick”

Vez por outra há teorias da conspiração sobre grandes invasões, operações militares imensas, terceira guerra mundial ou sessão de estados dentro de um país, tudo passa por grandes cenários de destruição urbana.

O filme “Ataque a Bushwick” (“Bushwick” – 2017) coloca na frente do espectador esse cenário quase apocalíptico. Ele é descrito como do gênero ação e aventura, mas eu acrescentaria terror psicológico. Diria mais: não se apegue a nenhum personagem!!!

Um belo dia de inverno (eu acho que era inverno, parecia estar muito frio) Lucy decide ir visitar sua avó no bairro onde cresceu, Bushwick, próximo ao Brooklin, em Nova Iorque, e leva seu namorado, José, para a conhecer. Quando eles saem do trem percebem algo estranho, a estação está completamente vazia.

José sobre para a superfície e é atingido por uma bomba, Lucy saí para procurar ajuda. Ela corre nas ruas tentando fugir tanto dos supostos oficiais, todos vestidos de preto e com os rostos cobertos, e das gangues do bairro, que querem defender seu território.

No caminho encontra um esconderijo em um apartamento improvisado, mas quase é atacada pelos perseguidores. Ela é salva pelo morador do apartamento, que dá algumas informações sobre o que está acontecendo. Segundo ele há uma grande invasão na cidade, mas ainda não sabe dizer qual o objetivo, de toda forma já estava saindo em busca de um local seguro para ficar.

https://www.youtube.com/watch?v=cBItCCa8p8w

Lucy insiste em seguir o moço, apresentado como Stupe, que pode lhe dar proteção. Eles primeiro entram na escola, depois descobrem que já estava tomada pelos tais oficiais, então seguem para a casa da avó dela. Chegando lá veem que a senhora não aguentou o impacto da situação e morreu, logo eles tiveram que a deixar porque a casa já estava sendo atacada.

A partir daí eles começam a tentar chegar no local onde estaria ocorrendo a evacuação, que seria seguro para eles. Eles encontram apoio e obstáculos, nenhum deles consegue chegar no ponto de evacuação, mas ajudam muitos no caminho.

O terror psicológico que defendo é pelo impacto que acontece, não há meios termos, os primeiros 10min de filme tem gente pegando fogo, um moço desfigurado por ataque de bomba, tiros a queima roupa e helicópteros sobrevoando em estilo de guerra civil.

Agora você imagina voltar ao bairro que conhece a vida toda, parcialmente pacífico, quase esquecido pelo país inteiro, sendo invadido e atacado e você nem sabe por quem nem por quê? O próprio terror, parece que sua vida nem existiu… E, se você não se cuidar, realmente não existirá em breve.

Desculpa a ingenuidade, mas eu gosto de filme com final feliz, mesmo que para chegar lá o heróis ou mocinhos tenham que matar alguém ou passar pelo inferno. Ver duas pessoas que merecem ser felizes fazendo de tudo para sobreviver e ajudando quem quer que fosse pelo caminho para ver os dois morrerem, deixando os moleques que os ameaçaram conquistando a liberdade, é muito decepcionante.

Por causa desse final eu não gostei do filme, porque até o momento que Stupe morre o filme estava até bom, um pouco cansativo em alguns momentos, mas era a ação prometida. Depois perdeu um pouco o rumo, piorando no final, quando Lucy morre, não valeu a pena ficar torcendo para eles sobreviverem.

Sobre o elenco eu tenho uma reclamação, a aparição de Christian Navarro, famoso por Tony de “13 Reasons Why”, o mestre dos magos de Clay. Quando vi que esse moço estava no elenco me animei, quando vi o personagem achei interessante (o oposto de Tony, membro de gangue todo mal vestido), mas ele só teve uma fala e é morto logo em seguida. Queria ver mais dele em outro personagem.

Por outro lado, Lucy e Stupe não decepcionaram. Lucy foi interpretada por Brittany Snow, famosa pelos musicais “Hairspray” (2007) e “A Escolha Perfeita” (“Pitch Perfect” – 2012, 2015 e 2017), que deixou de lado mais doce e encarou uma heroína por necessidade. Stupe é vivido por Dave Bautista, o Drax da série de filmes “Guardiões da Galaxia” (“Guardians of The Galaxy”), ainda é um grandalhão de meter mede, mas com menos humor e mais peso nas costas de uma vida inteira.

Você tem psicológico de ver uma cidade (era generalizado) ser invadido por motivos desconhecidos da maioria dos moradores? Esse é o filme.

Beijinhos e até a próxima.

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