Logan, uma feliz surpresa da Fox.

Logan, conseguiu ser outro grande trunfo da Fox, que acertou muito fazendo Deadpool (e o próprio Logan) como fez. Não há como não comparar com a produção do tagarela, o estúdio acertou mais uma vez em deixar a equipe criativa livre para fazer um filme a altura de seu personagem, Logan assim como Deadpool veio para ser um divisor de água dentro do pseudo-gênero de super-heróis, se você ainda não viu o filme fique tranquilo, os spoilers são mínimos.

O que vemos na tela é algo mais comum para os fãs dos quadrinhos, o longa funciona como uma Graphic Novel (uma One-Shot), aquelas histórias paralelas de um personagem, que por vezes são tão boas que acabam influenciando o ‘universo regular das publicações’.

Aos fãs dos quadrinhos, se você vai ao cinema esperando ver muita coisa de Oldman Logan (Velho Logan), quadrinho que foi mencionado como inspiração para o filme, mude um pouco suas expectativas, pois a relação entre as duas histórias é praticamente zero.

Logan esta aposentado deixando de lado a ferocidade que fazia dele o Wolverine que conhecemos.

Apesar de simples Logan é bem construído e nada é fora do lugar, a trama flui na tela de um jeito que mau percebemos o tempo passar, como foi mostrado nos trailers, vemos um Logan aposentado e que leva a vida como motorista de limousine e se dedica a cuidar do amigo Charles Xavier, que se encontra muito debilitado, em determinando momento ele se encontra com a X-23 e a partir daí tem início nossa história.

Em algumas entrevistas Hugh Jackman falou sobre como esse filme é introspectivo, e faz referências ao clássico Os Brutos Também Amam (A relação entre o adulto violento e a criança inocente), mas o filme também é sobre legado, amizade, família e redenção. Nosso Wolverine está cansado, velho e debilitado (apesar de ainda ter seu fator de cura, ele não funciona como antes), e tudo isso é refletido na tela.
O filme não é sobre o Wolverine e sim sobre o Logan (bem claro já pelo título), durante todo o filme ele sente o peso da violência que sofreu, infligiu e de suas ações no passado, hoje ele não se considera um herói, se dedicando a responsabilidade de ajudar um amigo que passa por dificuldades, é muito bom ver essa ‘briga’ interna dele, sempre colocando a pessoa (Logan) à frente do herói (Wolverine). O tom simplista com foco na história e relações entre os personagens é tudo que o personagem merece e talvez uma das maiores homenagens as histórias dos quadrinhos, não vemos o Wolverine lutando contra um vilão prestes a destruir o planeta, no fim ele tem apenas que proteger pessoas que estão fazendo parte de sua vida e com quem ele cria laços.

Apesar dessa atitude de não se reconhecer como tal, Logan é sempre levado a esse caminho do herói, por Charles, os roteiristas Michael Green e David James Kelly entregaram um filme simples e belo meio faroeste, meio filme de estrada, que conta a história de um homem amargurado, que se reencontra depois de conhecer a menina X-23 e decide ajuda-la.


Falando por um lado mais técnico, a fotografia é muito bem elaborada, o clima de road movie é bem explorado e ajudam muito a ambientar e climatizar a história, me lembrando muito Mad Max: Fury Road em alguns momentos, as cenas de ação são cíclicas e bem encaixadas, mas o grande trunfo é sem dúvida o roteiro e as atuações, as relações entre Logan /Xavier e Logan /X-23 são o grande destaque do filme, é muito bonita a relação dele com o professor que tem função estratégica no filme, mas que é feita de forma bela, já a relação entre o carcaju e Laura, a segunda metade do filme faz essa relação se afinar e tanto nas cenas com mais diálogos quanto nas cenas de ação os dois surpreendem pela química, a maquiagem fez um ótimo trabalho na caracterização dos personagens, chega a ser estranho ver o Logan cheio de cicatrizes, isso somado a atuação do Hugh que nos entrega um Logan com uma carga dramática enorme, toda violência que foi sofrida e executada por ele fica impressa na sua feição e atos.


Falando sobre os vilões do filme, eles foram pra mim o ponto mais baixo do filme, não são excelentes mas se encaixam no que a narrativa pede, não são gigantescos e servem para atrapalhar a vida do carcaju em sua missão.

 

Logan é a pedra na coroa do reinado de Jackman como wolverine, após 17 anos encenando o papel, é uma bela construção do diretor James Mangold, muito diferente do seu filme anterior com o personagem (Wolverine Imortal), criando uma referência para filmes baseados em quadrinhos, trazendo a essência do personagem para a tela, como falei anteriormente, ele conseguiu o mesmo que Deadpool, cada um respeitando as características de seus personagens mas levando para tela os personagens assim como são nos materiais de origem.

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