Jogos Mortais: Jigsaw (2017) | O jogo que nunca tinha sido falado

Há sete anos nos despedíamos da franquia de Jogos Mortais em Jogos Mortais – O Final (2010). Até então, tinha-se fechado um ciclo, o que descartava a possibilidade de uma sequência, principalmente se levar em consideração que o grande mentor disso tudo morreu em Jogos Mortais 3. Mas, por se tratar de uma franquia de grande sucesso, com uma legião de fãs e ter um personagem tão amedrontador como John Kramer (Tobin Bell) ou Jigsaw como ficou popularmente conhecido devido aos seus jogos sádicos e sangrentos é claro que a franquia acabou ganhando mais um longa.

Antes de qualquer coisa é importante esclarecer que não se trata de uma sequência, devido a todos os fatos citados acima, não seria possível, isto é, Jogos Mortais – Jigsaw é uma reprodução feita por alguém que está continuando os trabalhos de John Kramer (nesse caso só assistindo ao filme para descobrir quem) e parte do filme se passa paralelamente aos primeiros ou ao primeiro e clássico Jogos Mortais. Em Jogos Mortais – Jigsaw, temos cinco pessoas jogando, ambas se encaixam nos mesmos perfis de todos os jogos, são pessoas que normalmente possuem antecedentes criminais e de alguma forma não dão valor a vida alheia ou a sua própria vida, logo serão testadas e talvez assim aprendam diante da morte o valor da vida.

Os irmãos Michael Spierig e Peter Spierig, que já dirigiram O Predestinado (2014) e 2019 – O Ano da Extinção (2009), junto aos roteiristas Josh Stolberg e Peter Goldfinger (ambos trabalharam no filme Piranha) conseguiram reproduzir um filme tão bom quanto os clássicos. Avaliando esta obra de maneira individual, pois os elementos básicos estão presentes nesse longa-metragem, que são: pessoas com um perfil especifico, jogos com fases, fitas dando dicas, mas o mais importante, por mais que todos passem por tortura e tudo mais, possuem a  chance de sair e sobreviver. Entretanto, por já serem pessoas movidas pela ganância e estarem em um momento de querer salvar a própria pele acabam se dando mal.

O desenrolar de Jigsaw fica em torno do suspense para saber quem depois de mais de 10 anos da morte de Kramer, segue fazendo os jogos, corpos e sinais de que um jogo está acontecendo começam a surgir. Os detetives Halloran (Callum Keith Rennie) e Keith Hunt (Clé Bennet) são os investigadores do caso. A autópsia fica por conta de Logan Nelson (Matt Passmore) e Eleanor Bonneville (Hannah Emily Anderson), a mesma é muito “fã” do jigsaw e Dr. Nelson já foi militar e teria sido sequestrado e torturado no período em que esteve em combate tendo um histórico violento e psicologicamente frágil. Isso mais tarde levanta suspeitas sobre os dois, por outro lado, Logan suspeita do Detetive Halloran e enquanto isso Carly (Brittany Allen), Ryan (Paul Braunstein), Mitch (Mandela Van Peebles) e Anna (Laura Vandervoot) lutam pela sobrevivência.  Esse formato, foi usado na maioria das sequencias depois do terceiro filme da saga e até que funcionou, principalmente na surpresa do capitulo final.

 

Inclusive, o problema todo de Jogos Mortais: Jigsaw está principalmente em relação ao sétimo filme da franquia, pois ele finaliza a franquia de um jeito e esse seria uma nova versão, podendo-se dizer que anularia o antigo final ou que vai ser uma continuação com novas surpresas e detalhes que talvez não tenham sido contados antes (o mais provável dependendo da bilheteria e recepção do publico).

Fazendo uma análise técnica do filme e separadamente da franquia original é um filme que funciona, principalmente no quesito roteiro, pois não deixa pontas soltas, veja bem, avaliando somente por ele. Pois, sua história bagunça a cabeça de quem é fã ou simplesmente acompanhou todos os filmes até aqui. Possui mortes sangrentas e violentas, prato cheio para os fãs. Faltou mais tensão comparado aos outros, aqui parece que tudo acontece muito rápido, apenas uma fase ou outra tem um pouquinho mais de tensão, em que o jogo de cenas  somado a música causa aquela aflição no espectador. A Participação de Tobin Bell no filme é o ponto alto do filme, sem sombra de dúvidas, pois ele é o grande nome por trás disso tudo e vê-lo na ativa “novamente” é fantástico.  Mas, é apenas isso, o filme é desnecessário, principalmente considerando o tempo que já tinham encerrado a série e pra criar algo que não agrega, ao contrário “estraga” algo que já não estava bom, pois a franquia funciona razoavelmente bem até o terceiro é importante saber a hora de parar. Mas, esse spin off pode ser um passa tempo pra quem só quer ver a boa e velha carnificina.

Nota:

Trailler

Titulo Original: Jigsaw

Diretor: Michael Spierig e Peter Spierig

Elenco: Tobin Bell, Matt Passmore, Callum Keith Rennie, Clé Bennett, Hannah Anderson, Laura Vandervoot, Mandela Van Peebles, Paul Braunstein, Brittany Allen

Sinopse: Corpos estão aparecendo pela cidade, cada um tendo encontrado uma morte terrível. Conforme a investigação segue, as evidências apontam para um homem: John Kramer. Mas como pode ser? O homem conhecido como Jigsaw está morto há mais de dez anos. Ou um aprendiz está seguindo os passos de Jigsaw, talvez até alguém de dentro da própria investigação?

 

 

Mais do NoSet

1 Comment

  • Boa análise, Aninha. O filme não é ruim, porém quebra a sequência dos anteriores e não há explicação sobre os fatos que o antecederam, quase descartando-os.
    Parabéns!

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *