Gosto do crime – “Sem Perdão”

Ao assistir telejornais ou programas policiais alguns podem começar a questionar como é que uma pessoa pode chegar a um ponto tão alto na criminalidade, por vezes com um começo tão pequeno, quase que inocente.

O filme “Sem Perdão” (“Shot Caller” – 2017) mostra justamente essa evolução inacreditável. Jacob tinha uma vida aparentemente perfeita, era um grande empresário de Wall Street, tinha um relacionamento muito bom com a esposa, com quem tinha um filhinho, nada parecia que poderia estragar tudo isso.

Certo dia Jacob e a esposa foram jantar com um casal de amigos, Jennifer e Tom, beberam mais vinho do que o normal, na volta para casal ele (que estava dirigindo) passa no sinal vermelho e um caminhão bate no carro, matando Tom. Jacob acaba enfrentando um processo por causa da infração que resultou em morte, ele tinha duas opções: 1- aceitar o acordo, cumprindo uma pena pequena, de um ano e meio; 2- enfrentar o julgamento, podendo pegar a pena máxima.

Ele escolheu o acordo porque se sentia culpado e sabia que era o justo, porém o ano e meio se transformou em mais de 10 anos por causa de uma mudança interna de Jacob.

Para sobreviver na prisão, Jacob aceita fazer trabalhos para a gangue que comandava a penitenciária, que tinha reais traços raciais, chama-se literalmente “White Pride” (Orgulho Branco). O honesto moço de Wall Street tomou gosto pelos trabalhinhos e, logicamente, pela proteção que teria dentro e fora da cadeia, que agora atende por Money.

Depois de tantos anos e evoluções de pena (ele cometeu assassinatos dentro da cadeia, foi transferido, recebeu mais anos de pensa, etc), Money recebe a condicional. Com a liberdade ele aproveita para fazer um trabalho muito importante, mas que põe em risco a própria condicional.

Sua gangue, que está quase toda livre, ficou sabendo que um oficial do exército encontrou e contrabandeou um enorme lote de armas de grosso calibre. Money precisa receber essa carga e dividi-la para os “aliados” da gangue.

O que ninguém contava era com a genialidade dele. Ele ainda tem um pouco de humanidade, por isso pensou numa forma de não envolver Howie, ajudar sua família, conquistar o perdão do filho e voltar para a penitenciária onde o chefão da gangue cumpre pena, assim conseguiu o matar e tomar o seu lugar.

É uma obra que traz uma verdade muito atual, tanto nos EUA, onde se passa o filme, quanto em muitos outros países, especialmente o Brasil, mesmo que em condições diferentes. Não raro ouve-se falar em gangues que se comunicam com os chefões presos e de grandes esquemas feitos através de conversas em boates clandestinas. Parece até que estou falando da novela “A Força do Querer”, né? A diferença é que na boate tocava rock e não funk proibidão!

O elenco foi muito convincente, tanto na atuação quanto na caracterização, as tatuagens de gangue estão bem realistas. Entre os tantos nomes, destaco alguns tanto por serem conhecidos quanto pela atuação no filme.

Money, ou Jacob, é vivido por Nikolaj Coster-Waldau, mundialmente famoso por ser um Lannister em “Game of Thrones”, mas também fez filme de comédia. Ele está quase irreconhecível com um bigode um tanto quanto bizarro.

O responsável por passar todo o trabalho para Money, mas também é o informante do policial da condicional de Money, Shotgun, é interpretado por Jon Bernthal, mais conhecido atualmente como “O Justiceiro” na série do Netflix.

O chefão da gangue, chamado “carinhosamente” de “Besta”, que num teve Bella no mundo que desse jeito, morreu nas mãos de Money, é Holt McCallany, que faz parte da nova série do Netflix, “Mindhunter”.

A equipe policial que investiga o contrabando e monitora a condicional de Money é liderada por dois moços, Sanchez e Kutcher. Sanchez é vivido por Benjamin Bratt, que já é bem familiarizado com essas operações, já que liderou a de “Miss Simpatia” (“Miss Congeaniality” – 2000). Já Kutcher é interpretado por Omari Hardwick, que esteve presente no elenco de filmes como “Kick-Ass” (2010) e “Esquadrão Classe A” (“The A-Team” – 2010).

Está aí uma excelente pedida de filme policial, para quem gosta de ver um pouquinho de sangue, pancadaria e boa estratégias.

Beijinhos e até mais.

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