Death Note: Iluminando um Mundo Novo é “novo” só no nome

Death Note sofre daquela síndrome da trama genial. Um assassino que mata pessoas escrevendo o nome delas num caderno mágico e que se engaja em limpar o mundo de pessoas ruins, mas se vê pego no limiar de herói e vilão.

Se você não considera genial, o que eu considerava quando assisti o anime anos atrás, temos que concordar que é ao menos uma premissa muito interessante. Não é à toa que o mangá rendeu um anime de sucesso, vários filmes, sendo um deles a versão da Netflix prestes a estrear e os três filmes que nos levam ao “Iluminando um Mundo Novo”, que trataremos aqui.

O problema da “síndrome da trama genial”, como gosto de chamar grosseiramente, é que na maioria das vezes ela sofre nas mãos de pessoas que não conseguem repaginar, reinventar ou incrementar a ideia original. E isso é bem comum. Vide Matrix, Robocop, Alien, Psicose e tantos outros títulos que passaram a ser chamados de geniais, mas não conseguiram se superar nas sequências.

E por se tratar de um filme que continua uma história já em andamento, considero que Death Note: Iluminando um Mundo Novo tenha a responsabilidade de manter a série relevante. E até tenta, mas acaba caindo no mesmo clichê.

Dez anos se passaram desde a batalha final entre Light e “L” . A Força-Tarefa Death Note, originalmente criada pelo policial Soichiro Yagami, é reintegrada. Com Light morto, a Força-Tarefa é composta de cinco investigadores, incluindo Mikami — experiente no assunto Death Note — e Matsuda, único do grupo original. Shibuya, Wall Street e Rússia estão em alerta máximo, com novos assassinatos feitos pelo Death Note. Um investigador privado de renome mundial e considerado um sucessor de “L”, Ryuzaki se junta à Força-Tarefa e descobre que há seis Death Notes espalhados pelo mundo.

E é até interessante ver que a história agora envolve vários Death Notes e personagens novos, até carismáticos a principio, pra dar corpo ao filme. Porém, a grande novidade do filme, é também seu maior pecado.

A coisa mais interessante de Death Note originalmente é estar ciente das intenções e movimentos que pareiam a relação entre Kira e Light. Nesse novo filme, não sabemos em quem confiar o que acaba fazendo transformando a trama que a principio era interessante numa guerra interna da cabeça da audiência pra descobrir quem é quem e em quem devemos postar nossa torcida.

Death Note: Iluminando um Mundo Novo perde a chance de dar uma nova cara a série, literalmente falando. Mesmo se esforçando para reinventar a série, o filme não faz nada mais do que o mangá e o anime já fizeram, o que é uma tremenda decepção a medida que vamos descobrindo isso.

Apesar das derrapadas, é interessante ver que a série tem potencial para se sustentar sem os dois personagens principais, mas ainda falta usar toda essa elasticidade que uma trama original permite. Façam isso, ou não coloquem “novo” no próximo título porque, por ora, não há nada de tão “novo” assim.

Death Note: Iluminando um Mundo Novo estreia dia 2 de agosto somente na rede Cinemark. Confira o trailer abaixo.

https://youtu.be/bFYbLD57-Ro

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