Crítica: De Palma (2016)

Quando pensamos na geração sexo, drogas e rock n’ roll dos anos 70, é bem fácil que os primeiros nomes que apareçam na cabeça sejam os nomes de Martin Scorsese, Francis Ford Coppolla, George Lucas e Steven Spielberg. Mas é engraçado notar que entre esse quarteto figurava um rapaz tão talentoso, polemico e fomento por cinema quanto qualquer um, e seu nome é Brian De Palma.

O documentário De Palma, dirigido por Noah Baumbach (Frances Ha!, 2013) e Jake Paltrow (The Good Night, 2007) se propõe a deixar Brian De Palma divagar sobre sua carreira de uma forma bem direta e nostalgica. Em nenhum momento vemos um entrevistador aparecer em cena, nem mesmo escutamos sua voz. Brian De Palma está confortável e se pocisiona em muitos momentos como um conselheiro, um professor, o que dá ao documentário um tom de aula, de palestra ou workshop que deixa claro como toda a carreira do diretor foi uma sequência de erros e acertos que enventualmente geraram filmes clássicos como Sisters (1973), Carrie (1976), Blow Out (1981), Scarface (1982), The Untouchables (1987), Carlito’s Way (1993), Mission: Impossible (1996), e mais recentemente, Passion (2012).

Brian De Palma analisa por meio de memórias e sob valor da sua obra hoje, filme por filme, as dificuldades de produção, as dicussões com atores e atrizes egocêntricos e várias situações inusitadas atrás das câmeras. De Palma não economiza nos dialogos e nos conta tudo com bastante lucidez e clareza desde intimidades da sua amizade com Spielberg à uma critica pontiaguda à nova versão de 2013 de Carrie.

Em pouco mais de uma hora e cinquenta minutos, fica evidente a importancia de Brian De Palma para o cinema. Sem economizar segredos, ele admite o tamanho da influência de Alfred Hitchcock na sua obra e se coloca como um dos poucos que seguiram, à ferro, a escola do diretor.

O filme tem um tom de fim de carreira, de caminho percorrido. Talvez por isso, os diretores também optado por faze-lo como uma aula de um cinéfilo e um dos maiores storytellers para outros cinéfilos e storytellers futuros e presentes. De Palma é simpático e segura bem os longos minutos em tela com sua irreverência, sarcasmo e sinceridade.

O filme estreia dia 28 de novembro. A dica para quem está em São Paulo é o noitão de Brian De Palma que vai acontecer no Caixa Belas Artes na semana que vem e que vai exibir os principais filmes do diretor, um atrás do outro, encerrando com o documentário em questão.

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