Crítica: Todo Dia | Um filme baseado no livro de David Levithan

Todo mundo em algum momento da vida já pensou como seria viver ou ser outra pessoa por um dia, seja ela famosa, bonita, rica ou qualquer outro motivo que desperte o desejo de ser a outra pessoa. Em Todo dia isso é o que acontece com A, mas não porque ele queira, ele já veio ao mundo dessa maneira; vivendo cada dia em um corpo diferente, em um lugar diferente, mas sempre pessoas da mesma idade que ele e nunca duas vezes no mesmo corpo.

A principio A sempre conseguiu viver bem dentro dessa sua condição, pois ao estar no corpo de determinada pessoa ele também retém informações, pensamentos, entre outras características psíquicas. Porem, ele tenta passar o dia no corpo daquela pessoa sem fazer nenhum tipo de interferência, por não considerar certo ou justo e também para que não seja percebido. Mas, algumas coisas mudam quando ele conhece Rhiannon (Angourie Rice) e acaba se apaixonando por ela.

Rhiannon é uma típica adolescente americana, namora com Justin (Justice Smith) e sua melhor amiga é Megan (Katie Douglas), ambos populares e descolados o que torna o filme bem comum dentro dessa temática colegial e adolescente, entretanto como a história aborda justamente a questão das diferenças, das peculiaridades de cada individuo e seus problemas, abordando até questões como a depressão e de gênero.

Livro “Todo Dia”, autor David Levithan, Editora Galera Record, 2012, páginas: 280

Com adaptação (sim, pois o filme é inspirado no best-seller de David Levithan que leva o mesmo nome do filme) e roteiro de Jesse Andrews (Roteirista em Eu, Você e a Garota Que Vai Morrer, 2016) e direção de Michael Sucsy (Diretor em Para Sempre, 2012) o publico é agraciado com um filme sensível, descontraído e ao mesmo tempo reflexivo. Reflexivo sobre vários aspectos e questões sociais, dentre eles a aparência não ser uma razão primordial para você se atrair ou se sentir motivado a estar com alguém. Rhiannon todos os dias vê um rosto e um corpo diferente, as vezes uma pessoa do mesmo sexo. Mas, junto a A, Rhiannon aprende que além das diferenças físicas cada pessoa tem seus problemas, limitações e diversos outros defeitos e qualidades também e, ainda assim é capaz de se manter apaixonada por ele todos os dias. Pois, a personalidade e a essência da pessoa é o que fica, mais que isso é o que importa. O diretor e o roteirista trabalharam de modo que isso fique bem claro para o expectador, de maneira delicada e até poética.

O longa-metragem Todo dia é poesia pura desde sua bela fotografia, passando pela sua trilha sonora envolvente, mas principalmente por trabalhar temas tão recorrentes com uma história abstrata, mas tão sensível. A e Rhiannon com certeza vai emocionacar muitos apaixonados por ai e também sensibilizar os demais com temas impactantes como: as diferenças, questões de gênero, depressão e até suicídio. É o tipo de filme que vale a pena assistir e serve como uma boa indicação.

Nota: 

Trailler

Título Original: Every Day

Direção: Michael Sucsy

Elenco: Angourie Rice, Justice Smith, Owen Teague, Maria Bello, Debby Ryan, Lucas Jade Zulmann, Jacob Batalon, Collin Ford, Michael Cram, Jeni Ross, Rory McDonald, Amanda Arcuri, Taveeta Szymanowicz, Charles Vandervaart, Ian Alexander

Sinopse: Rhiannon, uma garota de 16 anos, se apaixona por uma alma misteriosa chamada A, que habita um corpo diferente a cada dia. Sentindo uma conexão incomparável, Rhiannon e A trabalham todos os dias para encontrar um ao outro, sem saber o que ou quem o próximo dia irá reservar. Quanto mais os dois se apaixonam, mais o fato de amar alguém que é uma pessoa diferente a cada 24 horas afeta eles, levando o casal a enfrentar a decisão mais difícil que eles já tiveram que tomar.

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