Crítica: Em Ritmo de Fuga (2017) | Em disparada, um dos melhores do ano. Sim ou com certeza?

De vez em quando, surgem em Hollywood aqueles filmes cujos trailers por si só já indicam que hão de ser uma exceção no quesito besteirol americano e clichê pastelão. É o caso de Em Ritmo de Fuga, longa dirigido por Edgar Wright (Scott Pilgrim Contra o Mundo) e que estreia essa semana nos cinemas brasileiros. Ele é a prova viva de que ainda se fazem boas obras humorísticas, deixando claro que quando aspectos como conteúdo sexual e linguagem obscena em excesso são deixados de lado, o público certamente há de ser mais atraído a conferir nas telonas! Com base nisto, a despeito da cativante história e do elenco forte escalado, ele talvez esteja entre um dos melhores do ano. Ficou curioso? Então continue comigo e venha conhecer mais sobre esse divertido feito que promete ser a “sensação” do momento!

Na história, O jovem Baby tem uma mania curiosa: ele precisa ouvir músicas o tempo todo para silenciar o zumbido que perturba seus ouvidos desde um acidente na infância. Mesmo assim, o rapaz revela-se uma motorista excelente, e começa a trabalhar para uma gangue de criminosos. Quando um assalto a banco não sai como planejado, ele cai na estrada. Para uma história aparentemente simples, a fita surpreende positivamente, se destacando com êxito em meio a tantos filmes já batidos de super-heróis, já que o mesmo se trata de um filme de anti-herói, o próprio Baby. O que se pode dizer é que a película tem de tudo: desde cenas tensas até momentos de choque.

Especialista em fugas em assaltos, o personagem confia principalmente na batida da sua banda sonora pessoal. Tal segurança ocorre de tal forma que acabei me identificando com ele em certas cenas, como na hilária parte em que ele reinicia a música que está ouvindo só porque perdeu o embalo do que está fazendo (entendedores entenderão). Sendo assim, Ansel Elgort (A Culpa é das Estrelas) tem um ótimo desempenho como o jovem protagonista, causando inclusive inúmeras emoções para com os telespectadores: dor, raiva, desopressão, mas sobretudo, a certeza de que mesmo vivendo uma vida de crime, ele tem um talento único no que faz.

É em uma de suas incontáveis faixas que Baby conhece Debora (interpretada pela bela Lily James, de Cinderela), a garota dos seus sonhos e que serve de oportunidade para sair de forma airosa do trabalho deveras perigoso em que está infiltrado. Apesar disso, se pensa que vai se livrar tão cedo da gangue de bandidos, não é bem assim que as coisas acabam acontecendo. Logo, o rapaz se vê coagido a trabalhar para Doc, o chefe criminoso incorporado pelo sempre carismático Kevin Spacey, e quando um golpe condenado ameaça a sua vida (se prepare, que esse é um dos instantes mais intensos do longa), ele terá de optar pela música certa. Como se não bastasse, ele deve lidar com o resto dos capangas, incorporados por ilustres rostos conhecidos por nós, tais como Jon Hamm (Mad Men), Jon Bernthal (The Walking Dead), Eiza González (Um Drink no Inferno) e Jamie Foxx (Django Livre), que não obstante, se torna o alívio cômico da trama.

Destaco além da montagem incrível, a ótima trilha sonora, que possui uma sincronização maravilhosa entre cada uma das músicas tocadas. Sem contar que o bom roteiro embora pareça meio genérico em alguns instantes, principalmente no início, é proeminente e se sobressai do 2º pro 3º (e fantástico) ato. Não é à toa que esta sagaz mescla de ação com uma dose de romance e até um pouco de musical me lembrou de parte da ambientação de O Agente da U.N.C.L.E, cujos hits clássicos vão entrar na sua cabeça e lá ficar por bastante tempo.

Desse modo, volto a ressaltar um ponto positivo que, em minha opinião, é o maior crédito que o filme teve: o fato dele não ser apelativo, nem utilizar de piadinhas besteirentas, que além de forçar as risadas do espectador, incomodam muita gente. Convenhamos que nem sempre é preciso usar a sacanagem para criar um entretenimento que a família possa curtir junto, não é? Justo pelo contrário, o filme preza o humor de qualidade e faz com que fiquemos ligados o tempo todo, sem desviar o olhar da tela e muito menos se confundir com a sequência de eventos. Por fim, Baby Driver foi uma grata surpresa e pelo menos pra mim, é um dos melhores do ano. Diria até que de tão bem dirigido, ele é quase uma obra de arte, altamente recomendada a todos!

Título Original: Baby Driver
Direção: Edgar Wright
Duração: 112 minutos
Nota:

Veja o trailer abaixo:

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