Crítica: Alien – Covenant (2017) | O célebre retorno do alienígena que a gente mais respeita!

Sequência direta de ‘Prometheus’ (ótimo longa de 2012), eis que chega aos cinemas de todo o Brasil o mais novo projeto do cineasta Ridley Scott: ‘Alien: Covenant’. Com um velho tom dark, o próprio trailer do filme arrepiou até os pelos da nuca do povo ao exibir aquele clima sombrio, o que, por conseguinte, também aumentou a expectativa dos fãs. Sim, é correto afirmar que houve o intuito dos produtores de evoluir a saga, bem como corrigir falhas cometidas pelo antecessor. Entretanto, já o conferimos e, junto com você, leitor do NoSet, questionamos: vale o ingresso do cinema para todos os públicos? Continue conosco e saiba mais!

A franquia ‘Alien’ era, é, e sempre será uma das maiores joias do cinema. Lá atrás, quando ‘Alien, o 8º Passageiro’ foi lançado em 1979, o público foi à loucura com tamanha riqueza e por que não, sutileza do roteiro que o ilustre diretor de blockbusters como ‘Gladiador’ e ‘Perdido em Marte’ – criara. Com o passar do tempo, houve 3 continuações + 2 filmes que focam no embate entre duas espécies totalmente distintas, e desde que se entende por gente, viemos acompanhando a jornada deste infame alienígena por muito tempo. Pois bem, é unânime entre as pessoas da terceira idade que gostam de cinema, que ‘Alien, o 8º Passageiro’ foi um dos filmes mais badalados na década de 80. Era uma maravilha repleta de elementos inovadores, cujos quais renderam a indicação ao Oscar de melhor direção de arte, melhor ator coadjuvante (John Hurt), ator mais promissor (Sigourney Weaver), melhor figurino, melhor edição e ao Globo de Ouro de melhor trilha sonora. Mas, quis o destino que o clássico ganhasse somente o BAFTA de melhor design de produção, melhor trilha e, sobretudo, o Oscar de melhores efeitos especiais. Apesar disso, quem conferiu a beldade daquela época nas telonas, afirma que era algo lindo de se ver. Com base nisto, hoje quero lhes escrever sobre um filme que indubitavelmente irá dividir opiniões. Refiro-me a ‘Alien: Covenant’, dirigido por Ridley Scott e escrito por Jack Paglen e Michael Green, baseado nos personagens de Dan O’Bannon e Ronald Shusett.

O longa se passa em 2104 e conta a história da nave colonizadora Covenant, que está viajando pela galáxia e tem por objetivo chegar ao planeta Origae-6, bem distante da Terra. Um acidente cósmico antes de chegar ao seu destino faz com que Walter, o androide a bordo da espaçonave, seja obrigado a despertar os 17 tripulantes da missão. Logo, um dos tripulantes, Oram, precisa assumir o posto de capitão, devido a um acidente ocorrido no momento em que todos são despertos. Em meio aos necessários consertos, eles descobrem que nas proximidades há um planeta desconhecido, que atenderia as condições necessárias para abrigar vida humana. Oram e sua equipe decidem ir ao local para investigá-lo, considerando até mesmo a possibilidade de deixar de lado a viagem até Origae-6 e se estabelecer por lá. Só que, ao chegar, eles rapidamente descobrem que o planeta é habitado por seres mortais nada amigáveis.

Falando de roteiro, ele é genérico, mas proeminente. Entretanto, o mesmo não se sai tão bem no quesito linearidade. Ainda que faça uso de flashbacks ou outros recursos, a ordem cronológica terminou por ser como a de ‘X-Men’, ‘Anjos da Noite’ e até mesmo ‘Resident Evil’, cuja qual começa cada filme de um jeito, esquecendo os eventos do anterior. Por outro lado, ele se baseou na força da história trágica e na profundidade dos figurantes. Sem contar que apresentou certas reviravoltas e se fez valer de um ou outro diálogo clichê (“vamos pegar esse desgraçado!”, por exemplo). Todavia, não foi nada tão grave que tenha atrapalhado o desenvolvimento da trama completa. A direção de Scott é contida e muito eficiente. Ele sabe que a força do filme está nos efeitos visuais, e é onde mantém seu foco. Outrossim, em meio a 2 horas de projeção, tanto a fotografia quanto a trilha sonora também tiveram grandes momentos, bem como a montagem e a edição, no entanto convém ressaltar: tantos prós não são capazes de torná-lo o maioral.

‘Alien: Covenant’ é uma película controversa, sem dúvida. Em certos instantes, é arrastada, em outros, óbvia demais. Mas ainda assim é um filme ótimo e muito bom de ver, simplesmente pela insistência de Scott em continuar trazendo ao telespectador um enredo que evite continuar na mesmice e conter uma trama que não leva a lugar nenhum. Sobre o elenco, Katherine Waterston atuou de maneira convincente como a inocente e determina Daniels, e Billy Crudup também deu um show como o recém-posto capitão Odam, afundado em suas preocupações para liderar a nave. Já Michael Fassbender, está, como sempre, excelente incorporando o jovem e enigmático androide David e o novo modelo, Walter, acostumado a se meter onde não deve. Tanto que até Danny McBride, que é um ator mediano, se saiu muito bem no papel do seguro e carismático Tennessee. Além disso, não poderia deixar de mencionar a curta e memorável aparição de James Franco, que fez falta no decorrer das cenas; poderia ter aparecido mais, de verdade.

Ainda com relação aos atores, o longa apresentou um elenco notável, com Jussie Smollett (‘Empire’), Callie Hernandez (do último ‘Bruxa de Blair’) e a breve participação de Guy Pearce (‘Brimstone’). Ao tratar novamente da busca pela origens – tema um tanto espinhoso -, o clima de tensão invadindo a tela quando menos se espera, com um enredo que prende o espectador, impactando, angustiando e indignando, porém trazendo, ao mesmo tempo, alívio, numa “montanha russa” de sentimentos graças à dramaticidade do conceito entregue e das performances plausíveis. Assim sendo, a fim de admirar a sétima arte em sua existência, pode até valer a conferida. Contudo, a despeito do ótimo trabalho, ainda não foi o “the best”, Ridley. Valeu a tentativa, e esperamos de coração que no próximo você retome a perfeição que um dia conquistou! Por enquanto, desfrutaremos deste aqui, pois está longe de ser horrível. Entre prós e contras, o mesmo não deixa de ser admirável. Indicado!

Título Original: Alien: Covenant
Direção: Ridley Scott
Duração: 122 minutos
Nota:

Assista o trailer abaixo:

Mais do NoSet

1 Comment

  • Vc é o único até agora q disse q o filme não é ruim. Kkkk, eu concordo contigo​ cara, as pessoas são muito chatas em relação a isso, eu fui para o cinema para me diverti, e foi isso que aconteceu bem, eu dou um 7,8
    Parabéns pela sua crítica!

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *