Christopher Lee – O Drácula da Hammer (1958 – 1972)

Salve Nosetmaníacos, eu sou o Marcelo Moura e hoje vamos falar de Christopher Lee, um dos maiores atores de minha geração, que interpretou o Drácula em vários filmes, além de ser uma referência em outros como 007, Lord of The Rings, Star Wars e da produtora Hammer Film Productions. Drácula é um romance lançado em 1897, escrito pelo autor irlandês Bram Stoker, tendo como protagonista o vampiro Conde Drácula. Tornou-se a mais famosa história de vampiros da literatura. O aclamado autor de literatura de terror Stephen King considerou Drácula um dos três grandes clássicos do gênero, sendo os outros dois Frankenstein e Strange Case of Dr Jekyll and Mr Hyde. A obra está em domínio público e pode ser obtida gratuitamente online, na sua íntegra, em língua inglesa. Estruturalmente, é um romance epistolar, ou seja, contado como uma série de cartas, relatos em diário, jornais e registros de bordo. Drácula mistura ficção de terror, gótica e literatura de vampiros. Embora Stoker não tenha inventado os vampiros e tenha sido influenciado por contos anteriores, o seu romance foi responsável pela popularização dos vampiros através de muitas peças de teatro, cinema e televisão. Drácula ganhou inúmeras interpretações ao longo dos séculos XX e XXI.

Christopher Lee (1922 – 2015)

Christopher Frank Carandin, nascido em Londres, 27 de maio de 1922 e falecido em Londres, 7 de junho de 2015, foi um ator britânico conhecido por sua versatilidade e longevidade cinematográfica, além de um notório cantor de ópera e metal progressivo. Começou sua carreira no teatro, desde cedo dedicando-se a papéis de malfeitores. Seu primeiro personagem foi Rumpelstiltskin, antagonista do conto homônimo dos Irmãos Grimm. Lee ficou conhecido mundialmente interpretando o Conde Drácula, personagem que encarnou por diversas vezes pelos estúdios da britânica Hammer Film Productions. Atuou também na trilogia O Senhor dos Anéis e em dois filmes da trilogia O Hobbit interpretando o personagem Saruman. Sua carreira também foi marcada pelos filmes dirigidos por Tim Burton, como A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça, A Fantástica Fábrica de Chocolate e Sombras da Noite, e emprestou a voz a personagens de A Noiva Cadáver e Alice no País das Maravilhas. Também atuou como Conde Dooku em Star Wars episódios II e III. Sua carreira foi bastante prolífica, com mais de 200 produções. Em 2009, ganhou o título de Cavaleiro Real, além disso, narrou vários álbuns da banda Rhapsody of Fire. Era ligado a PETA, entidade que luta pelos direitos dos animais e também foi voluntário em apoio ao exército finlandês durante a Guerra de Inverno contra a União Soviética, entre os anos 1939 e 1940. Era casado com a ex-atriz e modelo dinamarquesa Gitte Lee, com quem teve uma filha, chamada Christina Erika Lee. Lee morreu no dia 7 de junho de 2015, aos 93 anos de idade no hospital Chelsea e Westminster, em Londres, onde estava internado por problemas de insuficiência cardíaca e respiratória. Seu principais filmes como Drácula são, por ordem cronológica:

Drácula: O Vampiro da Noite (1958)

Direção Terence Fisher, roteiro Jimmy Sangster, elenco Peter Cushing, Christopher Lee, Michael Gough, Melissa Stribling e Carol Marsh. Drácula é um filme britânico de 1958, do gênero horror e fantasia, sendo o primeiro de uma série de filmes de horror do estúdio inglês Hammer Film Productions, numa revisão até então moderna do clássico de Bram Stoker. O filme recebeu nos Estados Unidos o título de Horror of Dracula, para que não gerar infração dos direitos autorais com o filme de 1931, estrelado por Béla Lugosi. No Brasil o filme foi intitulado O Vampiro da Noite. Drácula foi filmado no Bray Studios a partir de novembro de 1957, com um investimento orçado em £81,000.00 (oitenta e uma mil libras esterlinas). O filme constitui-se na primeiro obra do cinema de terror que teve seu enredo mesclando o fantástico, romance e sensualidade, até então sem precedentes. O sucesso do filme provocou a realização, em 1960 de outro, uma seqüência sem muitas referências a obra anterior, chamada The Brides of Dracula (As Noivas de Drácula), com Peter Cushing no elenco, mas sem Lee que só retornaria ao papel em 1966 em O príncipe das Trevas.

Sinopse: Jonathan Harker chega ao castelo do Conde, passando-se por bibliotecário. Ali dentro ele é assustado por uma jovem mulher, que lhe implora socorro, dizendo-se uma prisioneira. A moça treme de pavor com o surgimento de Drácula, que surge sobre uma grande escadaria. O Conde cumprimenta Jonathan e o conduz para um aposento, como hóspede, mas ali é trancado. Jonathan começa a escrever no seu diário, ocasião em que é revelada sua verdadeira intenção ao hospedar-se ali: viera para matar o vampiro.

Drácula – O Príncipe das Trevas (1966)

Direção Terence Fisher, produção Anthony Nelson-Keys, roteiro Anthony Hinds como John Elder e Jimmy Sangster como John Sansom, elenco Christopher Lee, Barbara Shelley, Andrew Keir, Francis Matthews, Suzan Farmer e Charles Tingwell, distribuição 20th Century Fox (EUA) e Warner-Pathé (UK).  Dracula: Prince of Darkness é um filme britânico de 1966, do gênero terror, dirigido por Terence Fisher para a Hammer Film Productions, em associação com a Seven Arts. É a segunda aparição de Christopher Lee como o Conde Drácula, papel que marcou sua carreira.

Sinopse: Mesmo depois que o conde Drácula foi destruído pelo dr. Van Helsing (filme Horror of Dracula), sua lenda ainda amedronta a população local. Jovens casais em férias na região dos montes Cárpatos são aconselhados por moradores a desistir de seus planos, pois uma maldição vive escondida no interior da floresta. Julgando tratar-se de mera superstição, os viajantes ignoram o aviso e partem em direção ao desconhecido. Abandonados pelo cocheiro em plena floresta, eles chegam a um castelo.

Drácula, o Perfil do Diabo (1968)

Direção Freddie Francis, produção Anthony Nelson Keys, roteiro Anthony Hinds, elenco Christopher Lee, Rupert Davies, Veronica Carlson e Barbara Ewing, com distribuição Warner Bros. Dracula Has Risen from the Grave é um filme britânico de 1968, do gênero horror, dirigido por Freddie Francis para a Hammer Film.

Sinopse: Após gerar pavor na província de Caynemberg, Drácula (Christopher Lee) foi aparentemente eliminado. Um ano após sua “morte”, o monsenhor Ernst Muller (Rupert Davies) visita a região e vê que ninguém vai à missa, pois a sombra do castelo cai sobre a igreja e todos sentem a presença do mal, inclusive o padre local. Com isso o Monsenhor, acompanhado pelo padre, parte para exorcizar o castelo. Porém o padre está tão apavorado que não consegue ir até ao castelo, então o Monsenhor continua sozinho e pede que o padre o espere. O pavor do padre era tão grande que ele se assusta com um temporal e cai num pequeno precipício, onde estava o túmulo de Drácula. O padre se feriu na queda e um pouco do sangue vai até os lábios de Drácula, que ressuscita. Paralelamente o Monsenhor lacrou o castelo com uma cruz na porta e foi embora. Ao ver a cruz na porta, Drácula fica cheio de ódio e pergunta ao padre quem fez aquilo. O religioso, apavorado, diz que foi o Monsenhor, então Drácula planeja se vingar dele.

O Conde Drácula (1970)

Direção Roy Ward Baker, produção Aida Young, roteiro Anthony Hinds (como John Elder), baseado no personagem criado por Bram Stoker. Elenco Christopher Lee, Dennis Waterman, Jenny Hanley, Christopher Mathews e Patrick Troughton, distribuição Twentieth Century Fox. Scars of Dracula (O Conde Drácula) é um filme de terror britânico de 1970, dirigido por Roy Ward Baker para a Hammer Film Productions. É a quarta aparição de Christopher Lee como o Conde Drácula, papel que marcou a sua carreira.

Sinopse: O Conde Drácula, o mais cruel vampiro da história, renasce das cinzas, para atormentar os moradores de um pequeno vilarejo da Inglaterra. Um jovem fugitivo da polícia esconde-se no castelo do vampiro sem saber o que o espera. O povo revoltado invade o castelo e tenta destruir o antro de perversão do monstro. Porém, o Príncipe das Trevas está de volta mais terrível do que nunca e dará início a um ritual sádico e perverso em busca de vingança. Christopher Lee mais uma vez representa um de seus mais importantes papéis no cinema, no filme considerado o mais violento de toda a franquia.

O Sangue de Drácula (1970)

Direção Peter Sasdy, produção Aida Young, roteiro Anthony Hinds, elenco Christopher Lee, Geoffrey Keen e Gwen Watford, distribuição Hammer Film Productions. Taste the Blood of Dracula é um filme britânico de 1970, do gênero terror, dirigido por Peter Sasdy para a Hammer Films.

Sinopse: No exato momento da morte de Dracula (filme anterior), um homem passa pelo local e recolhe seu sangue, capa e anel com a intenção de ressuscitá-lo em um ritual satânico. Três distintos cavalheiros estão procurando por algo excitante em suas tediosas vidas. Eles entram em contato com um dos servos de Drácula e realizam uma cerimônia noturna para trazê-lo de volta à vida. Eles aceitam do Lord Courtley a missão de comprar para este o manto, o anel, e um frasco com sangue pertencente ao falecido Conde Drácula. Em troca, terão teus desejos mais secretos realizados. Numa cerimônia secreta, os cidadãos se recusam a beber uma poção feita com o sangue de Drácula, mas o Lord bebe e é espancado até a morte, como vingança, ele decide que os cavalheiros serão mortos, um a um, por seus próprios filhos.

Drácula no Mundo da Minissaia (1972)

Direção Alan Gibson, produção Josephine Douglas, roteiro Don Houghton, elenco Christopher Lee, Peter Cushing e Stephanie Beacham, distribuição Warner Bros Dracula AD 1972 é um filme britânico de 1972, do gênero terror, dirigido por Alan Gibson para a Hammer Films e marca a volta do ator Peter Cushing a franquia da hammer do Drácula, sendo seu terceiro filme no personagem Van Helsing e segundo com Lee.

Sinopse: Hyde Park, Londres, 1872. Uma luta sem tréguas acontece entre Lawrence Van Helsing e seu arqui-inimigo, o Conde Drácula (Christopher Lee). Van Helsing consegue destruir seu inimigo, que vira pó, mas em razão dos ferimentos sofridos acaba morrendo. Alguém pega o anel de Drácula e recolhe um pouco de suas cinzas em uma ampola. Exatamente 100 anos depois alguns jovens, comandados por Johnny Alucard (Christopher Neame), fazem uma missa negra, sendo que uma das participantes era Jessica Van Helsing (Stephanie Beacham), descendente do caçador de vampiros. Como ela, quase todos estavam ali de brincadeira, mas quando a cerimônia toma um rumo inesperado a maioria foge e não vê que Johnny ressuscitou Drácula, que imediatamente suga todo o sangue de Laura Bellows (Caroline Munro), a única do grupo além de Johnny que não partira. Johnny, com prazer, vê o mestre se saciar com sangue de Laura. Drácula agora quer se vingar dos descendentes de Van Helsing, sendo que o único que pode enfrentá-lo é o professor Van Helsing (Peter Cushing), o avô de Laura, que é um estudioso do assunto.

Os Ritos Satânicos de Drácula (1974)

Direção Alan Gibson, produção Hammer Films, elenco Christopher Lee, Peter Cushing, Joanna Lumley e Michael Coles. The Satanic Rites of Dracula é um filme britânico de 1973, do gênero terror, dirigido por Alan Gibson para a Hammer Films. Este é o sétimo filme e um ultimo de uma franquia de quinze anos entre Lee e a produtora Hammer, imortalizando o ator a figura do mais sanguinário personagem de Bram  Stoker.

Sinopse: O especialista em vampiros Van Helsing é chamado pelo serviço secreto britânico para auxiliar em uma investigação sobre o desaparecimento de várias jovens. O principal suspeito é o próprio Conde Drácula que circula disfarçado pela cidade.

Hammer Film Productions (1934 – 2020):

A Hammer Film Productions Ltd. é uma produtora britânica de filmes sediada em Londres. Fundada em 1934, a empresa é mais conhecida por uma série de filmes de terror góticos feitos entre meados da década de 1950 e 1970. Muitos deles envolveram personagens clássicos de terror, como Frankenstein, Drácula e A Múmia, que a Hammer reintroduziu ao público, filmando-os em cores vivas pela primeira vez. A produtora também produziu ficção científica , thrillers , filmes noir e comédias , além de, posteriormente, séries de televisão . Durante seus anos de maior sucesso, dominou o mercado de filmes de terror, desfrutando de distribuição mundial e considerável sucesso financeiro. Esse sucesso foi, em parte, devido às parcerias de distribuição com as empresas americanas United Artists , Warner Bros. , Universal Pictures , Columbia Pictures , 20th Century Fox , Metro-Goldwyn-Mayer , American International Pictures e Seven Arts Productions, seus fundadores são William Hinds e James Carreras.

Nos finais das décadas de 1960 e 1970, a saturação do mercado de filmes de terror pelos concorrentes e a perda de financiamento americano forçaram mudanças na anteriormente lucrativa fórmula Hammer, com graus variados de sucesso. A empresa acabou com a produção em meados dos anos 80. Em 2000, o estúdio foi comprado por um consórcio, incluindo o executivo de publicidade e colecionador de arte Charles Saatchi e os milionários Neil Mendoza e William Sieghart . A empresa anunciou planos para começar a fazer filmes novamente depois disso, mas nenhum foi produzido.

Em maio de 2007, o nome da empresa foi vendido a um consórcio liderado pelo magnata da mídia holandês John de Mol , que anunciou planos de gastar cerca de US$ 50 milhões em novos filmes de terror. A nova organização adquiriu a biblioteca de filmes do grupo Hammer, composta por 295 fotos. Simon Oakes , que assumiu o cargo de CEO do novo Hammer, disse: “O Hammer é uma ótima marca britânica, pretendemos levá-lo de volta à produção e desenvolver seu potencial global. A marca ainda está viva, mas ninguém investiu nela para muito tempo.” Desde então, produziu vários filmes, incluindo Let Me In (2010), The Resident (2011), The Woman in Black (2012) e The Quiet Ones (2014).

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