Alita – Anjo de Combate: Um Show Visual e um Roteiro Comum.

Salve Nosetmaníacos, eu sou o Marcelo Moura e hoje vamos falar de mais uma adaptação de mangá para o cinema, Gunnm (Battle Angel Alita) de Yukito Kishiro, que impressiona visualmente e vai deixar você sem fôlego com belíssimas cenas de ação misturando Live Action e efeitos especiais.

Alita: Anjo de Combate (2019)

Direção Robert Rodriguez, produção James Cameron e Jon Landau, roteiro James Cameron, Laeta Kalogridis e Robert Rodriguez, baseado em Gunnm, de Yukito Kishiro. Elenco Jorge Lendeborg Jr, Casper Van Dien, Christoph Waltz, Ed Skrein, Eiza González, Jackie Earle Haley, Jennifer Connelly, Lana Condor, Mahershala Ali, Michelle Rodriguez, Rosa Salazar e Edward Norton. Companhias produtoras 20th Century Fox, Lightstorm Entertainment, Troublemaker Studios e TSG Entertainment, distribuição 20th Century Fox.

Com lançamento no Brasil em 14 de Fevereiro de 2019, orçamento aproximado de US$ 200 milhões e uma receita mundial em torno de US$ 264 milhões Alita: Battle Angel é uma animação americana de ficção científica e de ação baseado no mangá de Yukito Kishiro, Battle Angel Alita. O filme teve sua produção e edição repetidamente adiada devido ao trabalho de Cameron no filme Avatar e suas seqüências. A atriz Rosa Salazar está no papel-título, com funções de apoio interpretado por Christoph Waltz, Jennifer Connelly, Mahershala Ali, Ed Skrein, Jackie Earle Haley e Keean Johnson. Após anos de definhamento no limbo de desenvolvimento, Rodriguez foi anunciado como diretor do filme em abril de 2016, com Rosa Salazar sendo escalada no mês seguinte. As filmagens começaram  em Austin, Texas , em outubro de 2016, com duração até fevereiro de 2017.

James Cameron afirmou que pretende adaptar “espinha dorsal da historia” do mangá original de Yukito Kishiro, com um foco específico nos primeiros quatro volumes. Especialmente quer incluir o esporte ficcional “Motorball” do terceiro e quarto volume. Na narrativa, o esporte desempenhou um papel importante no arco da história de Alita, porque fazia parte de seu desenvolvimento como personagem.

Sinopse: No ano de 2563, uma guerra catastrófica conhecida como “A Queda” deixou a Terra devastada. Enquanto explorava o ferro-velho/aterro publico/lixão de Iron City, o cientista ciborgue Dr. Dyson Ido descobre um ciborgue feminino sem corpo com um cérebro humano totalmente intacto. Ido reconstrói o ciborgue, que não tem lembranças de seu passado e o nomeia “Alita”, que depois descobrimos que era o nome de sua filha falecida.

Crítica: Como não li o Mangá de Yukito Kishiro, mas tenho um conhecimento de animes e filmes baseados no mesmo,  vou fazer uma avaliação da obra cinematográfica , sem me preocupar com o desenvolvimento dos quatro volumes literários, mas sim o que o filme me conta com sua história e desenvolvimento da heroína.

Incrível mistura de animação e Live Action, Alita é mais uma obra prima de Cameron (Avatar e Exterminador do Futuro e seu novo parceiro Robert Rodriguez (Sin City, Machete e Um Drink no Inferno). O trabalho visual de Cameron faz você quase entrar na tela e acreditar que está dentro de um mundo com um futuro diatópico que a dupla nos apresenta de maneira crível nas imagens que misturam tecnologia e realidade de uma maneira única. Novamente Cameron prova que entende de cinema como poucos, e apesar de sua demora em entregar projetos, faz com que cada um deles seja extremamente significante. Os poucos planos abetos são bem utilizados para confirmar e dar continuidade a história por detrás de guerra de dos planetas, sem precisar ficar repetindo que o mundo ficou assim devido a guerra e as cenas fechadas, são planos para cenas incríveis de ação e luta. É difícil dizer em um determinado momento se assistimos uma animação com toques de filme ou o inverso. O efeito dos Olhos de Alita são surpreendentes e muito a cara das obras orientais e ao mesmo tempo muito vivos e expressivos.

A direção de Rodriguez nas cenas de combate ou de relacionamento entre os personagens não deixa dúvida do talento do diretor, O filme encaixa bem as sequências sem criar uma sensação de que algo se perdeu ou que houve um salto cronológico entre os personagens. A química do elenco é perfeita conforme a história se desenvolve e o relacionamento verdadeiros no que se aproxima um do outro. Só que se a direção é honesta e faz um bom trabalho na história, não posso dizer o mesmo do roteiro de Cameron e Rodriguêz. Alita.  conta uma história extremamente complexa no mangá, que envolve uma guerra entre dois mundos, a queda de guerreiros cibernéticos, a destruição do planeta Terra e talvez Marte e como o resto do nosso mundo sobreviveu a isso tudo. Já a versão cinematográfica enxuga qualquer esclarecimento sobre a guerra em quase tudo o seu roteiro. Temos pitadas do assunto através dos flashbacks sem sentido da Alita, que parece ser utilizado mais para ela acessar seus modos de luta do que esclarecer suas motivações.  A própria Alita não parece tão preocupada em saber quem ela é, se é fruto da Terra ou de Marte, que tipo de guerreira ela é ou porque sobreviveu.Nesta questão de evolução do roteiro Cameron e Rodriguez nos enganam, começando a desenvolver uma história complexa de mundos, mas com o tempo, vai simplificando tudo para entregar um final enxuto e sem qualquer emoção de apenas um personagem. Anita se torna uma Caçadora e uma incrível patinadora e lutadora, mas sem propósito final . Se um exército não conseguiu derrotar a Terra, por que centenas de anos depois ela vai? E por que o vilão é o mesmo da guerra anterior? Qual a motivação da Guerra? Ela ainda existe? Sobre os genéricos vilões sem sentido, só sei que Dr. Nova é o vilão da história porque avisa a todos no decorrer da história com aparições fantasmagóricas possuindo tudo que pode, e repete isso por todo o filme, totalmente desnecessário para a história. Já o Vector, apesar da boa atuação de Mahershala Ali, é outro sem motivação nenhuma, a não ser trabalhar com o trafico de peças para o seu Rollerball. Cheguei a ficar com dúvidas do porque ele estava atrás da Alita a não ser por mera birra.

Do elenco estelar temos destaques como o ganhador do Oscar Christoph Waltz (Dr. Dyson Ido), Jennifer Connelly (Chiren) e o ganhador de dois Oscars Mahershala Ali (Vector), que roubam as cenas com seu talento e parecem se divertir com suas atuações junto a esse novo universo de tecnologia, ação e movimento. Os Easter Eggs, homenagens e referências são bem claras e divertidas na animação, me lembrei de filmes de futuros apocalípticos como Rollerball – Os Gladiadores do Futuro (1975), Astroboy (2009), O Vigilante do Amanhã (2017) e até quem diga Akira (1988) com sua Nova Tókio construída após a velha cidade ser devastada. Tudo fazendo parte da cultura oriental de mangás e animes, onde a sociedade moderna e rentável vive em cidades ilhas voadoras e o resto do povo sobrevive em um planeta devastado catando o lixo e a sobra que cai da cidade aérea.

Curiosidades: O mangá Battle Angel Alita de Yukito Kishiro foi recomendado com muita atenção por Guillermo del Toro para o colega diretor e produtor James Cameron, que chamou muita a sua atenção e imediatamente ficou encantado com o conceito. O nome de domínio “battleangelalita.com” foi registrado para James Cameron pela 20th Century Fox por volta de junho de 2000. A Fox também registrou o “battleangelmovie.com” de domínio. Uma prévia do filme foi mostrada no início de janeiro de 2019 para membros da imprensa. A pré-estréia do filme gerou reações muito positivas, com elogios direcionados para a história, roteiro, ação, efeitos visuais e performances. No inicio de fevereiro de 2019 após as prévias de janeiro, o site Rotten Tomatoes, baseado em, somente, 186 avaliações (113 positivas e 73 negativas) ele alcançou uma nota média de 6,0 sendo todas essas avaliações são somente com os críticos de cinema, que normalmente não refletem a opinião do publico, pois o mesmo está dando 4,6/5,0 para a pelicula. No site Metacritic, ainda antes da estréia do dia 14 de Fevereiro, dava nota 54 baseado na opinião de, somente, 20 críticos, sendo 8 dando notas acima de 60 (e dentro deste 2 acima de 80 e o resto dando notas entre 40, 50 e 60. Landau estava referindo o fato da maioria dos filmes de James Cameron ter no inicio as letras “T” ou a letra “A”, como Titanic, Aliens, The Terminator, The Abyss, True Lies e Avatar. Pois na entrevista, Landau usou o termo “T&A” como piada, pois pode ser entendido também como “Tits and Ass” (peitos e bunda em português).

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