Amizade e fé – “Últimos Dias em Havana”

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Amizade é um troço bem sério, mais sério do que casamento, às vezes seu amigo não fala o que você quer ouvir, ou não faz aqui que você espera. Mas tenha uma certeza, se a amizade é verdadeira, ele(a) estará lá quando você mais precisar.

O filme “Últimos Dias em Havana” (“Últimos Días en La Habana” – 2016) pode falar de muitas coisas, pode até ter uma mensagem profunda sobre a humanidade, mas no fundo fala de amizade forte, apesar de muitas diferenças.

Miguel e Diego se conhecem desde a época da escola, são desses amigos improváveis, mas que acrescentam muito na vida um do outro. Diego já enfrentou sérios problemas na vida, ele é assumidamente gay, e isso fez com que parte da sua família se virasse as costas para ele, além de uma acusação de agressão sexual em um banheiro público. Coincidência ou não, ele acaba contraindo AIDS e sofrendo com suas complicações.

O único que defendeu Diego no caso da agressão sexual foi Miguel, ele é um homem justo e sabia a verdade. Por isso mesmo decide ajudar o amigo quando sua saúde começa a ficar seriamente debilitada.

Miguel é reservado demais, as únicas coisas que sabem dele é o seu sonho eterno de ir para os EUA, que, aliás, está perto de se realizar, e que ele é contra a “revolução” (governo cubano). Uma certeza é a que ele sempre estará pelo amigo, apesar de ter que aguentar os assuntos fúteis e alguns mandos e desmandos.

A família de Diego aparece quando querem, só quando precisam de ajuda. Sua prima mais nova, que o ver como um tio, Yusisleydis, é a mais sincera de todos, ela tem carinho pelo primo/tio, mas deixa claro que está o procurando porque está grávida do namorado (ambos adolescentes), está precisando de um lugar para ficar e pede, quase manda, para que ele a deixe o kitnet que vive para ela.

A história é bem interessante, há um choque de personalidades, enquanto um fala sem dó o outro não expressa nada. Diego já aprontou muito na vida, sabe das malícias do mundo, mas, por incrível que apareça, tem um coração puro, acredita em histórias tristes, mesmo que isso não passe de um golpe.

A trama tem momentos cômicos, porque Diego ainda tem muito humor, mesmo que sombrio à vezes, então saem algumas pérolas das falas dele, mas é genuinamente dramático. É quase todo ambientado em um cortiço, então é possível ver as diferentes personalidades que moram ali.

Acima de tudo, é um filme que te faz pensar quem são seus amigos de verdade e se ainda podemos ter alguma fé na humanidade. Aparentemente Miguel não pede nada em troca de tudo que faz por Diego, nem mesmo que faça parte da herança (pasmem, o moço tem poucos bens, mas a briga da família era a bendita herança).

Muito interessante notar o plano de fundo, Havana, através dos planos de viagem de Miguel, que é o momento de comparar Cuba e EUA, ainda que de forma sutil. Não fica claro qual o ano em que a trama se passa, mas dá para supor que é próximo dos dias atuais, antes dos acordo para acabar com o bloqueio de 50 anos (fruto da Guerra Fria).

Havana nem parece uma capital, é uma cidade que ainda vive no passado, com poucos elementos modernos. Apenas uma das personagens possui um celular (pelo diálogo que se desenvolve, é um smartphone), num momento que todos têm, pelo menos, um aparelho desses.

O elenco é pequeno, o que ajuda a dar essa atmosfera de “poucos amigos”.

Além disso, é ótimo para treinar o espanhol. Oh povo para falar rápido!!!!

Beijinhos e até mais.

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