Alê Youssef lança seu primeiro livro “Novo Poder: Democracia e Tecnologia”

Baseada na dissertação de mestrado em Filosofia Política do autor, aprovada pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ, obra apresenta análise de pensadores ultracontemporâneos, em um recorte inusual no academicismo, e aponta para um momento de transição e hipóteses em que a tecnologia age como facilitadora e ameaça à democracia

 

Conhecido por empreender projetos culturais com veia social pulsante como o Studio SP, a Casa do Baixo Augusta e o Bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, o ativista, produtor cultural e comunicador Alê Youssef publica seu primeiro livro, “Novo Poder: Democracia e Tecnologia”, pela editora Letramento. O lançamento em São Paulo será na Casa do Baixo Augusta, no dia 04 de maio, com o debate “Democracia Sob Ataque”, com o escritor Marcelo Rubens Paiva; sessão de autógrafos e roda de samba do Acadêmicos do Baixo Augusta. O livro chega às livrarias a partir do dia 15 de maio.

Em meio a sua atuação em projetos grandiosos – do Studio SP ao Bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, passando pela ocupação desbundada do Rivalzinho na Cinelândia carioca e chegando ao desfile de um milhão de pessoas em São Paulo decretando que “é proibido proibir” -, Youssef fez mestrado em Filosofia Política. Conciliou o aceleracionismo de tantas atividades/ ativismos com o slow da reflexão acadêmica, afinal a universidade precisa se conectar com a nova rua as novidades da cultura urbana precisam de acompanhamento crítico mais rigoroso.

Baseado na dissertação de mestrado “A Crise da Democracia Representativa e as Inovações Tecnológicas” aprovada pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o livro traz contribuições originais para a análise de uma realidade recente envolta em desafios.

A mobilização online se tornou o canal de atuação de diversas frentes políticas e sociais que buscam novos caminhos para reivindicações e posicionamentos. No livro, Youssef levanta o impasse entre o uso dessas tecnologias e os interesses de grandes empresas. Em meio a tantas informações e possibilidades, apresenta reflexões ainda pouco comuns nos debates tradicionais e presenteia o leitor com um manual para entender e pensar a complexidade do contexto tecnológico e político do mundo atual.

Para o antropólogo Hermano Vianna, que assina o prefácio do livro, “o Novo Poder pode ser usado como um manual para quem quer também se aventurar a pensar, com responsabilidade, a complexidade – incluindo cada vez maiores ambiguidades – do nosso mundo atual. Não é mais possível fundamentar ativismos em certezas emancipatórias do passado.” Nas palavras do filósofo e Diretor do Departamento de Pós-Graduação em Filosofia da UFRJ, Rafael Haddock-Lobo “não se trata de uma obra que busca ingenuamente apontar a importância da tecnologia e celebrar a nova forma de configuração política que se desenha em nossos tempos. O livro é cuidadoso em explorar as potências positivas e negativas da aliança constitutiva do Novo Poder com a tecnologia, deixando em aberto uma importante questão, no que se refere ao problema fundamental da política: a soberania”.

O livro é dividido em oito capítulos, sendo os cinco primeiros uma espécie de curadoria de pensadores ultracontemporâneos que analisam a relação entre democracia e tecnologia sob diversos ângulos. São autores unusuais no academicismo, contrabandeados por Alê para a publicação para aquecer a discussão do tema no meio acadêmico e fortalecer sua conexão real com os dias de hoje.
Os cinco primeiros capítulos buscam, portanto, a construção de um mosaico que aborda as duas realidades destacadas: de um lado, as considerações sobre a democracia e, de outro, os relatos e as reflexões de autores que estão vivenciando na prática as inovações tecnológicas. São abordados assuntos como experimentalismos para aprimoramento da democracia; a aproximação perversa do neoliberalismo com o neoconservadorismo e a des-democratização; o deslocamento do eixo de poder com os recentes protestos políticos e a própria crise de representação e governança; comunidades engajadas através da governança de dados inteligentes; e elementos de articulação de uma teoria unificada da revolução com análise dos impactos da tecnologia nas formas de protesto.

A partir dessa composição, essas duas realidades interagem e produzem um ambiente de transição no qual aspectos da crise da democracia se desenvolvem em conjunto com uma série de inovações tecnológicas. Esse é o contexto

para o sexto capítulo do trabalho, o primeiro em que o autor passa a fazer uma análise mais autoral. A partir do sexto capítulo, Alê concentra sua reflexão na tecnologia como alternativa para a crise da democracia e dedica-se a inverter o

foco de análise sobre as possibilidades futuras da relação entre a crise da democracia e as inovações tecnológicas. A obra avança na percepção de que a tecnologia pode deixar de ser a chama alternativa e otimista e passaria a ocupar espaços de poder cada vez mais amplos, beneficiando decisivamente os grupos empresariais que detêm e controlam essas inovações, dando origem ao que o autor chama de oligarquia tecnológica.

Sobre Alê Youssef – Alê é atualmente diretor executivo da Associação Cultural Acadêmicos do Baixo Augusta, comentarista da Rádio CBN e colunista político da revista TRIP. Além de seus projetos já mencionados, foi também um dos criadores do site multicultural Overmundo, primeira plataforma colaborativa do Brasil, pelo qual ganhou o Golden Nica. Na TV apresentou os programas “Navegador” e “Mundo Criativo” e fez séries sobre o carnaval de rua na Globonews e foi comentarista e redator do “Esquenta” da TV Globo. Criou e apresentou também o programa “Candidate-se!” na Mídia Ninja, voltado para renovação política. Entre 2001 e 2004 foi Coordenador de Juventude da Prefeitura de São Paulo.

Preço sugerido do livro R$ 34,90 

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